terça-feira, 27 de agosto de 2013

O que já passou, lá vai ...

O  meu blog de ontem, publicado com o titulo "Discriminações ?..." recordou-me um episódio, que, por se tratar de crianças, veio-me à ideia de o historiar, simplesmente como sendo "um conto de fadas", já  no esquecimento. Esse é o objectivo...

Estávamos, na altura, atravessando uma época em que Angola era  massacrada com o terrorismo, que amedrontava toda a população civil. O conto, que a seguir pretendo relatar, é sem intenção ofensiva e é  isento de qualquer complexo de inferioridade.

Para bom entendimento do fim benéfico que se pretende evidenciar, com este historial, transcrevo  uma parte do texto acima  descrito:

"Será natural que num espaço onde se encontram crianças filhas de portugueses, brancos, sejam também essas crianças de raça brancaEstou certo que se a situação assim o determinar, tambem crianças de nacionalidade angolana, com uma cor de pele um pouco mais escura,serão naturalmente aceites no novo infantário. O meu medo é que algum louco, cego  pelo preconceito, ensurdecido pela estupidez e incapacidade de pensar por todas essas razões, decida com violência, que é hora de acabar com uma discriminação que afinal nem existe..."

Residia,  nesse tempo em que éramos confrontados com constantes rebentamentos provenientes de armas e objectos de guerrilhas entre as forças que se degladiavam pelo poder, em Angola, numa  área muito populacional, não muito distanciada de um Bairro onde grupos de "guerrilheiros", em conflito, de ideologias antagónicas, tinham as suas instalações residenciais. Muita gente já nem se lembra,certamente, pois os anos que se  passaram, já vão muito  para além da meia centena. Os tiros e as bombas, eram  ouvidos, tanto de dia como de noite, a qualquer hora.

A uns dois mil ou três mil metros da minha residência, em Luanda, tinha sido construído um grande Infantário, que albergava bem perto de uma centena de crianças, que ali pernoitavam e que  eram  cuidadosamente tratadas pelos Profissionais adequados.

Embora trabalhando em Empresas particulares, privadas,  fui escolhido, por ter sido militar, numa reunião publica , para dirigir uma Milícia (particular), que se impunha, para a nossa  própria defesa.

O Autor  (ainda moço) ... ao ataque !
Em conjunto, e a partir de certa altura, e alternadamente, passávamos noites inteiras em alerta, não fossem os "atacantes" darem cabo dos nosso automóveis estacionados à porta das nossas residêencias e dos nossos próprios "ossitos" esqueléticos...

Certa altura , tivemos conhecimento que um grupo de "guerrilheiros" (do contra) estava  decidido e preparar-se para um assalto em massa ao Infantário. Prevendo qualquer tipo de violência, nesse sentido, e para que as inocentes crianças não fossem apanhadas no turbilhão de irracionalidades praticadas pelos atacantes, tomamos a iniciativa de, em jeep`s particulares, passarmos noites inteiras, e armados,  em redor do Infantário, sempre  atentos a qualquer movimento duvidoso  que viesse do inimigo.

Provavelmente, por iniciativa de cariz militar, o inimigo deve ter-se metido em fuga, pois cessamos as nossas diligências defensivas, a partir do ressurgimento do material bélico das nossas Forças Armadas.


Pode haver ainda  Alguém  que  se lembre destas "peripécias", vividas em tempos  idos !...

Tá?!...

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