quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O meu primo Zéca ... (foi aluno Colegio Militar)

O Zéca, tinha, aproximadamente, a mesma idade  que a minha, quando  ingressou nos quadros do prestigioso COLÉGIO MILITAR, em Lisboa.

As noticias que rodeiam, presentemente, a hipótese de desintegração deste inolvidável  Estabelecimento  Militar, provocaram-me uma certa sensibilidade, e êxtase, porque, exaltaram-me  acontecimentos ocorridos na minha  infância,  na altura em que se procedia a admissão de Jovens, na idade escolar, nos quadros daquela Instituição Militar.

No meio familiar, havia a presunção de eu  poder vir a ser  enquadrado,no Colégio, como aluno, no inicio  do ensino lectivo, mas, tal não foi possível, porque não tinha  nenhuma descendência , directa, de Pais Oficiais do Exército, o que era  fundamental para a admissão de novatos. Coube esta feliz particularidade, ao meu Primo Zéca (José Fernando Pinto Lampreia), de ter sido admitido logo ao principio do curso, dado  ser filho de um Oficial do Exército, que coordenava  e comandava postos de administração militar, em Lisboa..

Não houve, por isso, problema grave nenhum, até porque, posteriormente, após alguns anos, por vicissitudes ligadas a uma situação  surgida no meio familiar, acabei por ter de embarcar com destino a Luanda, terra da minha naturalidade.

No entanto,  no período em  que  vivíamos sob o mesmo tecto, eu e o meu primo Zéca, chefiávamos  a  "Pandilha" que era constituída pelos restantes membros da família, da nossa idade. Sobretudo nos períodos de férias e feriados. Por isso, enraizou-se entre todos Nós, uma franca amizade, em que considerávamos sermos todos irmãos uns dos outros.

A disciplina e respeito  que era incutido aos Novos Alunos Militares, espraiava-se até, cá fora, no âmbito  das nossas  brincadeira juvenis. Até existia uma espécie  de  "prisão celular" no próprio Colégio, para os menos bem comportados.

Os anos foram passando, e, por duas vezes, de visita à Capital, Lisboa,  tivemos oportunidade de nos abraçarmos, até que,  estando em Luanda,  a certa altura,  recebo a noticia do falecimento deste meu primo, que eu considerava como um patriótico  irmão.

Digo "patriotico" porque num dos últimos e curtos encontros, o Zéca deu-me a entender que continuava  a ser o mesmo apreciador de sempre... as viagens  e aventuras pelos mares distantes, dos nosso grandes Navegadores, Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama... etc.etc.. Sempre foi um  "fanático" pelas proezas dos nossos mareantes.

Alguém, do nosso meio familiar,  mais tarde,  deu-me a  funesta noticia do seu falecimento, e que o seu ultimo desejo, em vida, não foi possível  satisfazê-lo, que era o  de que as suas cinzas fossem atiradas, a milhas, no Oceano Atlântico.

Faço notar, que foi assim que me contaram  ter sucedido, o que,  não tenho bases para  realmente confirmar a verdade de todo o sucedido, porque já não tenho presente nem o, ou a. transmissor(a) da noticia,  veiculada há já longos anos, ainda residindo em Angola.

É com um  grande  fervor de amizade e grande senso patriótico, que alinhavei estas  palavras homenageando um Grande e Verdadeiro  Amigo - o primo  Zéca.

... e  que foi  um brilhante aluno do COLÉGIO MILITAR

  Alunos do 6º ano - 1936/37




Tá?!

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