terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Já estraguei a "idosa" maquineta !...

Bem, não foi bem a maquina de projectar filmes de 8 mm,  que foi estragada, mas sim o écran onde são projectadas as filmagens, algumas, até, já com reminiscèncias fotográficas,  quase  centenárias...








Esta máquina de projectar filmes, foi salva porque, devido a uma circunstância  ocasional, e num momento em que  muita gente , no aéroporto de Luanda, atemorizada, aguardava o momento  de embarque para ocupar um lugar no avião que os transportaria  com destino a Lisboa, pessoa amiga de  um  tripulante que estava  à entrada da escadaria da aeronave, foi conduzida, por este, a outra distante aeronave, que estava aceitando  somente caixas e embrulhos, de  passageiros, em que foi  salva, por sorte, esta maquineta  projectora de filmes. Isto passou-se poucos dias antes da data da independencia de Angola.

Um exemplo do que está descrito no texto acima..(exílio dos Retornados)...
Desde muito novo (refiro-me à idade - 12 anos) que sempre gostei de fotografar, e mais tarde, filmar com uma maquina que já não existe, que eram das que captaram imagens  que o tempo foi ceifando.

Já o meu saudoso Avô, Joaquim do Carmo Ferreira, no seu tempo, em que não existiam ainda as maquinas de filmar para amadores, tinha grande paixão em captar imagens, através do material  existente  na altura, de que ainda existem enquadradas, sobretudo focagens familiares, de que possuo, por exemplo, a minha figura, bebé, quando tinha poucos meses de idade. A maioria da captação das fotos, era   obtida em Angola.  Ainda retenho em minha memória, imagens fotograficas originais do meu Avô em que mostrava  leões, onças, elefantes, etc, por Ele abatidos em plena selva africana, quadros esses que desapareceram para sempre.

Nas  minhas filmagens, ainda consegui conservar a tempo, bobines com cenários, hoje inexistentes, como por exemplo a construção das Torres Gémeas em Nova York -  na América- já destruidas, uma terrivel tempestada nas Ilhas Berlengas - Portugal- um gigantesco tubarão que na ilha do Mussulo, em Angola,  perseguiu o barco em que  eu estava  pescando, as celebras Quedas de Água do Duque de Bragança (as quintas maiores do mundo) um  desfile militar nas ruas de Luanda, em 10 de Junho,  uma onda de gafanhotos que invadira  parte da minha zona residencial , em Luanda, um Carnaval inédito em zona proíbida, um crocodilo que na margem do Rio Cuanza, enquanto pescavamos nos fez borrar todos,  etc. etc.etc.

Muitos destes filmes,  projectei-os  em Luanda -  muito   antes da independência - na  minha residência,  na companhia de muitos dos meus Colegas Bancários, e, coincidência curiosa, uma das Leitoras dos meus blogs, reconheceu-me num dos meus trabalhos "bloguistas", tendo-se posto em contacto comigo, recentemente, através dos e-mails, via Internet e é residente em Johanesburgo, na África do Sul...

Porque o material tem uma resistência compativel com o número de anos que eu já tenho (a caminho dos noventa...) ao instalar os  velhos instrumentos, para reviver um  passado, digno e honrado, acabou por ser removido e conduzido ao ministério dos... vencidos da vida  !

Tá?!...

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