domingo, 19 de abril de 2015

"ANGOLA É NOSSA... ANGOLA É NOSSA "...

À medida em que as minhas faculdades oftalmológicas vão permitindo, continuo desfolhando, página- a-página, o livro que me foi oferecido, como prenda de anos, de autoria da jornalista Lara Pawson, com o título "Em nome do Povo", em que procura descortinar o complexo enredo da memória, da violência, da identidade e da política no pós-independência angolano.

Vou ficando emocionado pela forma como a autora retrata de forma brilhante episódios que vão desde grandiosas teorias da conspiração até episódios íntimos  de perda e de esperanças frustradas.  São  relatados  acontecimentos  que  aconteceram  após  a independência de Angola, aos quais não  tive  a mínima  oportunidade de poder assistir, dada a minha ausência, nessa  altura, de Angola (terra onde nasci), motivada por uma grave e repentina  doença de que fui vítima,  cujos tratamentos adequados só  em Lisboa é que existiam.,  Por tal motivo  fui transportado, com urgência,  para bordo de um avião, com partida  do aeroporto de Luanda, com destino à cidade de Lisboa (Portugal), para ser internado num  Hospital, nesta capital, para salvação..

Há até um caso curioso, que me foi relatado, por um Familiar (infelizmente já falecido), que estava  ligado profissionalmente a aviação portuguesa (TAP) que me contou o seguinte, que lhe fora   descrito por um dos tripulantes  de cabine do avião  em que eu viajava:-

..."Sabe que o Comandante do avião em que Você viajava a caminho de Lisboa, e já bem perto da costa Algarviarecebera ordens  provenientes da torre de controle  de Luanda, para, antes  de aterrar em Lisboa, regressar de imediato a Luanda,  afim de  se colher um passageiro que ia abordo, e que o Comandante respondera, que não cumpria essa ordem, até porque não tinha combustível para  tal, e sobretudo porque  estavam transportando quinhentos e tal passageiros, a desembarcar  com destino  ao  próximo aeroporto de Lisboa, quase â vista."...

Não sei porquê,  mas associei esta "visão" a um breve  trecho que li  numa das paginas da obra literária acima  referidae pensei para comigo próprio...  será que tenha  havido  alguma relação com o que em tempos me tinham dito, que o tal passageiro que  queriam que  regressasse a Luanda, a fim  de ser recolhid... ERA EU ?!... Nunca se  averiguou......

Em Angola, exerci muitos cargos de chefia, e administrativos, em várias Empresas, sempre a contento, e com êxito, documentalmente comprovado. O  meu ultimo desempenho laboral, era exercido num ex- Banco, no qual fui um dos componentes na sua fundação e inauguração. Foi um período vivido  com certa tranquilidade, antes dos acontecimentos resultantes do 25 de Abril.  Vivia-se  um clima saudoso como o que se extraía  do ressurgimento das  lindas orquidias...

Linda orquídea...

E também, quando um navio com a bandeira portuguesa atracava aos cais acostável , no porto de Luanda,  os  auto falantes emitiam ao mesmo tempo  versos ,  ao  som deste  hino, à Pátria Portuguesa..


Ainda há quem se lembre... eram dias festivos !...

Tá?!...

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