domingo, 19 de abril de 2015

Pequenas "histórias"....

Como já tenho revelado em anteriores blogs, pouco antes da data da independência de Angola, por fortes motivos em questão de saúde, tive que me socorrer de  Serviços Clínicos especializados só existentes, na altura, em hospitais sediados em  Lisboa.  Por essa razão,  foi com urgência que tive de pagar  uma deslocação, por via aérea, TAP, (bilhete de ida e volta, Luanda/Lisboa/Luanda) a fim de me submeter a tratamentos especializados, num dos hospitais em Lisboa.

Entretanto celebraram-se os festejos da independência de Angola, aos quais, obviamente, não pude assistir, como inicialmente esteve previsto.

Após a data de independência, e já com  melhoras provenientes  de tratamentos que me tinham  sido impostos, junto da Embaixada de Angola, em Portugal, tentei  regressar ao país do meu nascimento, Angola, mas, por  razões desconhecidas, acabei por receber  a seguinte resposta: "Não foi aceite a minha  honesta colaboração"....


Como tinha encargos familiares a  sustentar, não tive outra alternativa senão a de  refazer a vida, aqui na Metrópole,  pelo que, resultante de expediente que submeti  aos Organismos Oficiais, em Lisboa acabei por ser integrado no quadro de Pessoal, de uma instituição bancária, em Lisboa, e,  mais tarde, passado a situação de Reformado, com direito a uma pensão de reforma, a mínima no sector.

Residente, actualmente em Olhão, onde acabei por cair de "pára-quedas. há alguns anos. Para afugentar a solidão e isolamento provocado por uma viuvez,   ceifada, após um enlace matrimonial que durou sessenta anos,esforço-me por apreciar leitura de livros que norteiem situações inerentes à nova Angola, razão pela qual estou lendo  a obra da jornalista Lara Pawson, "Em nome do Povo". A páginas tantas, ao desfolhar a pagina 41, li o seguinte:

..."Posteriormente à tentativa de golpe  de Estado de Nito Alves foram mandados executar sumariamente na cidade do Luso os portugueses Victor Manuel Reis, gerente local do Banco Pinto e Sotto Mayor, e Almeida Fernandes, pelo filho de um comandante das FAPLA  conhecido por "Dangereux", ao saber que seu pai havia sido morto na intentona de 27 de Maio ".

Foto da página acima.

Como sou Bancário, embora Reformado, despertou-me o nome de Victor Manuel Reis,  Gerente do Banco Pinto & Sotto Mayor. Como possuo documentação antiga, que me era confiada pelas Gerências de  Bancos concorrentes, em Angola,  decidi abrir as gavetas onde repousam essas velhas lembranças, e fui confrontar com  nomes  iniciados por Victor Manuel, afim de verificar se se tratava do mesmo Colega Bancário. Mas como os nomes não coincidiam na sua  dimensão de tipo familiar,  fiquei na dúvida se, efectivamente, o Colega abatido era o que vinha na lista dos colaboradores que trabalharam em Angola, na Banca.


Perduram as velhas esperanças de eventuais  encontros com o Pessoal com quem convivi, enquanto Trabalhadores, na terra onde nasci, e na qual  ficaram os meus bens domésticos, que foram posteriormente destruídos, não sei por quem...

Tá?!...

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