quarta-feira, 9 de agosto de 2017

LIVRO (Continuação) Pág. 4

O REGRESSO, A PORTUGAL"

... historiando ...

Com idas ao IARN ..  onde por vezes tinhamos que estar às 4  horas da madrugada, numa bicha, por vezes à chuva,  afim de colhermos algum benefício, e com um emprego que o Sr. Bandeira  me conseguiu, provisoriamente,  na MACORELI,  perto da  casa que acabamos de habitar, em Benfica, lá fomos compondo o ramalhete financeiro, para termos uma vidinha mais ou menos digna.

Foi  neste  intervalo,  de poder trabalhar, fosse no que fosse, mas  sempre com dignidade,  que recebi um telegrama para me apresentar no  BANCO PINTO & SOTTO MAYOR,, em Lisboa,  resultado do  extenso e glorioso trabalho de uma Comissão de Realojados, na defesa dos injustiçados Colegas vindos do Ultramar, no qual acabei por ser admitido nos seus quadros, mas como um simples APRENDIZ DA BANCA.   Após conversações intensas, e por  despacho ministerial,  acabei por vir a ser colocado  na Agência de Moscavide, onde fui bem aceite e compreendido,  sobretudo, por parte do Gerente da Agência, que compreendia o nosso sofrimento de  termos  sido vitimas  forçosamente "exilados" de Angola

 Para apreciação. do  elevado espírito e da  sua  capacidade gestora,  relato que o Administrador do Banco, Dr. Tavares Moreira,  em 20.1.76,  dirigiu um oficio a Direcção do Pessoal. e à atenção  do
sr. Acácio Modesto, que passo a transcrever uma parte da fotocopia extraída do original-

" Para satisfação de necessidade urgente de apoio à Administração da NACIONAL RÁDIO, SARL,   cuja presidencia nos foi confiada,  informamos que foi resolvido  requisitar os serviços do Sr, Armando Baptista, desalojado de Angola e empregado da classe G 1  na Agência de Moscavide,  atendendo às suas particulares aptidões profissionais

Foi assim que fui assumir a responsabilidade  nos Serviços Financeiros da N.R substituindo um profissional  que saíra e saneado por um conjunto de circunstâncias dificeis de rresumir.

Ao apresentar-me ao serviço da N.R., nessa manhã,  conduziram-me  a um gabinete cheio de reposteiros e com  diversas luzes condicionadas para o atendimento do pessoal, de imediato reuni todos os colaboradores com quem iria começar a trabalhar e anunciei-lhes que sempfre que necessitassem do meu contacto, de futuro,  não necessitariam de utilizar luzes previamente e que livremente poderiam falar comigo. a todo o  momento.

Para se ter uma idéia da grandeza dos negócios  da empresa, por dia,  cada camião  recolhia  às  instalações do armazem,, com o produto d venda dos seus artigos que, geralmente ultrapassavam cinco mil contos ( na altura em Escudos)  e de um modo geral em dinheiro

É portanto, com grande orgulho   que passo  a transcrever, uma parte fr um ofício que, em 11/4/77  foi dirigida pela Administração ao conselho de Gestão do Banco, e  de que me facultaram uma cópia:

"... Na realidade o colega Sr.  Armando Baptista fez um trabalho verdadeiramente excepcional,. É que ficou plenamente demonstrado que, além dos conhecimentos de ordem profissional  que o Sr. Baptista demonstrou confirmando tudo aquilo que consta do seu curriculum, as suas altas qualidades de pessoa humana  sobrelevante  (?) teve, além do mais o  benéfico  efeito de uma moralização (?) do ambiente de trabalho existente no sector financeiro da N.R.
Que para  os devidos efeitos o que precede fique fazendo parte do seu cadastro"

O meu ordenado, porém,  não sofreu  aumento nenhum !...


Foi-me denunciado,   por Colegas  da comissão de Trabalhadores, que o que motivou o meu afastamento da N.R., fora a inveja de Alguem com poderes muito elevados,  que argumenta ter mais direito do que eu para ocupar   oreferido lugar.

Adiantando mais um "problemazinho", com um certo  aspecto curioso...

Em 27/12/77, oficialmente acabei por ser colocado no quadro de pessoal da Agência do Banco Pinto & Sotto Mayor... em MATOSINHOS.

Em 13 de Setembro de 1979, subscrito pela esmagadora maioria dos Trabalhadores da Agência,  derm-me conhecimento de uma tomada de posição assumida pelos colegas, de  que passo a transcrever somente o seguinte:

"... Os abaixo assinados (...)  face à tomada de posição do colega ARMANDO BAPTISTA,  na última RGT,  realizada em  11~09.79, requerend um referendo à sua continuação como membro da comissão Local  de Trabalhadores, vêm pelo presente  dar-lhe o seu  voto de confiança na certeza que continuará a velar pelos interesses dos trabalhadores desta Agência.



Quiz o destino,  que vítima de uma feroz perseguição do novo gerente (que  também veio  de Angola, me movia, acabei por me encontrar na situação de reforma por doença desde 1 de Agosto de  1982.. Consequência por ter denunciado uma secreta vigarice,   que o novo gerente estava cometendo. O silêncio dos Bons, Descobri-lhe a careca...

O especialista em psiquiatria  pela Ordem dos Médicos, Dr. José António  Alves Carneiro dos Santos. atestava que a patologia no âmbito da sua especialidade que me  prescrevera, teve graves causas reactivas ligada ao local de trabalho actual, que impedia o normal exercício das minhas funções sob pena de agravamento.

Num certo dia, na cidade do Porto, um grupo de Médicos que se tornaram  Bons Amigos, e perante as expectativas que se adivinhavam quanto  ao futuro, face ao que se passara com o novo gerente, vindo de Angola,  a quem descobri a careca, pois vangloriava-se ter sido um grande Director, quando eu sabia, através de comunicações confidenciais que me vinham ter  à mão, que o dito não passra de um empregado   Caixa Móvel.

O médicos Amigos chamaram-me à parte e aconselhar-me o seguinte:

 "Baptista,  se te manténs  atrás de um balcão bancário... MORRES !. Mas, se saires detrás do balcão do Banco e   vieres para fora, em ....liberdade...  VIVES !.

Por isso, escolhi  VIVER...





(Brevemente mais notícias...)

Tá?!...




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