Há muita gente, na verdade, penso eu, a maior parte da população, que precisa de apoio e ajuda para viver, ou simplesmente sobreviver a cada dia. Seja porque são crianças que requerem uma atenção especial e os cuidados dos progenitores, seja porque estão doentes, ou ainda, por exemplo, sem emprego, a maior parte das pessoas necessita de apoio que só os mais afortunados poderão conceder. Não devemos renegar esse auxílio, pois amanhã podemos ser nós a precisar. Um grupo etário, normalmente ignorado, frequentemente visto como espécie de peste que deveria ser expurgada, são os Idosos.
A sociedade moderna encara os mais velhos como empecilhos inúteis, que vivem apenas para receber as suas reformas e que já nada têm a oferecer. Curiosamente, noutras culturas mais, dizem, atrasadas, os Seniores são vistos como membros importantíssimos da comunidade, fontes inestimáveis de saber e experiência, que, frequentemente, são consultados para auxiliar na tomada de decisões com que os mais novos e inexperientes se vêem confrontados, mas para as quais não têm ainda a "bagagem" que só a idade confere.
Vergonhosamente, na sociedade actual os Idosos são olhados com indiferença e demasiadas vezes são notícia pelas piores razões. Foi o caso da reportagem transmitida pela SIC-Notícias e que dava conta de vergonhosos casos de polícia em que cidadãos na terceira idade são alvo de violência constante, ameaças, chantagens, extorsão e, para culminar, a indiferença de quem assiste a tudo isto. Se fosse o treinador do Benfica, do Sporting ou do Porto a torcer o pé na banheira, era notícia de primeira página, assim ficamos por uma pequena reportagem que nem dois minutos tem, num canal noticioso, pago, ao qual só os mais afortunados têm direito.
É triste saber que a maior parte dos Idosos nem forças tem para denunciar os maus tratos de que é alvo. A Polícia e as Associações de Apoio à Vítima vão recebendo queixas, mas estima-se que 65% dos Idosos não apresentem queixa por vergonha ou medo de mais agressões. Afinal, as coisas são muito piores do que parecem.
Fica a reportagem para que possa servir, mais uma vez, de alerta a um problema muito mais grave do que as estatísticas sugerem, mas que ninguém parece querer resolver... Até um dia. E aí, pode ser tarde demais...
Tá?!...
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