sexta-feira, 11 de março de 2016

Pinoquices..

Não sei se é por estar a ficar velho e rabugento, mas a verdade é que desconfio sempre de que alguma coisa errada se poderá estar a passar.  Depois de  quatro anos de governo do PSD,  invariavelmente repleto de apelos à contenção  e  à  compreensão  dos portugueses para a necessidade de uma política austera,  com inúmeros cortes  orçamentais,  chegou agora o PS ao Governo e  em pouco mais de três meses revogou uma série de medidas de austeridade e implementou outras que representam,  apesar de elogiadas pela populaça, gastos assinaláveis para o orçamento do  Estado.

Primeiro foi a reposição dos salários da função pública, com a suspensão dos cortes impostos pelo governo PSD,  seguido mais recentemente da possibilidade renovada de receber os subsídios de férias e Natal por inteiro,  acabando com a obrigatoriedade dos duodécimos.

Entretanto, o Ministério da  Educação já veio publicar uma Lei que institui os manuais escolares  gratuitos para o primeiro ano,  antevendo a possibilidade de que o mesmo aconteça em todos os anos de escolaridade obrigatória,  ou seja, até ao décimo segundo ano.

Relativamente ao ensino superior, o aumento das propinas (que seria de apenas cinco Euros anuais) foi também  suspenso. Ouvi um qualquer representante das Universidades afirmar, com toda a propriedade,  que tal suspensão é uma medida puramente demagógica,  uma vez que o aumento de cinco Euros  não seria impossível de suportar pelos alunos e famílias (se dividirmos os cinco  Euros pelos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, de facto assim é),  mas que para as Universidades  este congelamento das propinas representa uma perda importante das receitas.

Todo este palavreado apenas  para perguntar o seguinte: se antes não havia dinheiro para nada,  como é que,  de repente parece já haver dinheiro para tudo?

Comparando os dois governos,  é óbvio que alguém está a mentir aos portugueses. Resta saber se foi o PSD,  que nos submeteu a  uma austeridade  desnecessária,  ou o PS,  que está a gastar dinheiro que não existe, apenas para cair nas boas graças do povo ignorante da verdadeira realidade ?

Quem souber a resposta ganha um doce.

Tá?!...

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