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O Autor... |
Hoje, este "gajo", vive em Olhão, cidade onde pensa vir a ser soterrado, aquando da sua partida para junto da que foi sua Esposa (Alvarina Teresa), que já repousa, eternamente no Céu, em Paz e Descanso.
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Os dois maninhos... |
Como sabem, na época Natalícia, Portugal estando no hemisfério Norte, tem um clima cujas temperaturas chegam a tingir graus negativos, e, ao invés, em Angola, nessa época, estando no hemisfério Sul, o calor é tanto, que só nos apetece é tomar banhos nas praias de águas cálidas. Até as funções de horários de trabalho, diferem bastante, entre Portugal Continental e Angola, na mesma ocasião.
Naquele tempo, não existiam ainda carreiras de aviação, nem televisões, e as comunicações entre a Metrópole e o Continente Africano, limitavam-se tão-somente às comunicações através dos fios telegráficos e edições temporárias emitidas, exclusivamente, pela Emissora Nacional, Lisboeta.
Contou-me, esse meu saudoso Irmão, que tinha acabado de receber a noticia telegráfica, pelo cabo-submarino, salvo erro, a informação de que o primeiro prémio da Lotaria de Natal, fora para Angola, dando conta do número que fora premiado. Ora, como ainda estavam à venda os bilhetes da Lotaria, em Luanda, àquela hora, dessa mesma edição, haveria ainda a possibilidade, em Luanda, de adquirir o bilhete de lotaria que continha o número mais premiado, que se supunha estar na livraria Lello. Disse-me, esse meu Irmão, que nem sequer deu um passo para ir comprar o bilhete sorteado, pois conhecia, antecipadamente o número do bilhete de lotaria que continha o primeiro prémio da Lotaria de Natal. E fê-lo, em obediência ao cumprimento que assumira, quando admitido na Empresa, de Guardar Sigilo, temporário, de toda a informação que recebesse do Continente Europeu. Já vão decorridos muitos anos, e, que me lembre, não sei quem fora o Novo Rico que adquirira tal bilhete premiado.
Coisas do Passado, que já não voltam...
Tá?!...
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