Faz amanhã sete anos que, encostada ao meu ombro direito, depois de teres sido transportada, pela a Assistente, Dona Cesaltina, confortavelmente sentada na cadeira de rodas, subitamente olhaste para mim, com uma feição semi-sorridente, mas com um piscar de olhos, extremamente estranho, pois o teu estranho olhar, naquele momento surpreendeu-me de uma maneira terrivelmente arrepiante porque, a profundidade do teu olhar não era o mesmo que sempre me dispensaste ao longo do nosso feliz convívio matrimonial, de 60 anos mas sim um UM OCEANO TAO BRANCO E SEM VISÃO ABSOLUTAMENTE NULA.... NO FUNDO DOS TEUS LINDOS OLHOS SÓ VI NEVE, COMPLETAMENTE BRANCA
Certamente pressentiste que era o teu último olhar, e que te estavas despedindo deste teu querido Marido, Armando, pois acabavas de falecer, como aliás, acabou por ser confirmado pelas Autoridades a quem eu tinha solicitado imediato apoio, urgente, e em breves minutos.... notei, por isso, que o que Ela me quis transmitir, no inicio daquela manhã... foi o...
ADEUS PARA SEMPRE !...
Entrei, de imediato, numa nova fase de vivência, em que a tristeza e a saudade sempre têm permanecido na minha pobre mioleira, após tal infeliz acontecimento, não obstante ter continuado a merecer o apoio e estima de toda a Família, principalmente por parte dos Filhos e queridas Netinhas.
Permanece na minha memória, o que sempre constituiu felicidade e amor ardente, durante os longos anos de convivência familiar, cuja recordação remonta de velhas lembranças fotográficas que constituem o meu álbum, com excertos de centenas de fotos, de que reproduzo apenas algumas, de seguida
O autor- chateado da vida... |
As primeiras Netinhas.... ainda bebés |
A minha querida Dinha - ( Esposa, Alvarina Teresa)-ja falecida. |
No rio Cuanza- as nossas pescarias.. |
Era cada pargo com 60 quilos.. |
Angola- Porto acostável de Luanda. |
A visita de Nossa Senhora de Fátima, a Angola e o glorioso Avô | , Joaquim do Carmo Ferreira |
A minha Saudosa "Dinha".... |
O nosso casamento em Luanda. |
O Autor a ser homenageado em Luanda. |
A minha saudosa Dinha, quando exerceu funções directivas na Sorel- Luanda. |
Aqui há uma grande história... A minha saudosa e querida Alvarina, em, Angola, trabalhava numa grande empresa, representante da Caterpillar (Sorel) onde o autor deste blog, chegou a trabalhar, também, exemplarmente, e que depois de 15 anos de funções laborais, saiu para ir chefiar um departamento num Banco.
Pois esta saudosa Senhora, foi nomeada, naquela data, Chefe de um Departamento que dependia, directamente, da Gerencia daquela grande firma, Certo dia, houve um empregado, continuo, de cor negra, que subitamente tinha adoecido, Levaram-no à Casa de Saúde, mais perto, para o socorrer. Após atendimento do doente, havia necessidade de o internar, mas não existiam vagas para o receber. na enfermaria. Mas existiam departamentos, no mesmo Hospital, mas de elevados custos, destinados só a pessoas bastante endinheiradas, o que não era a situação do Domingos (assim se chamava o continuo de raça negra, que adoecera) Por via telefónica para a Gerencia da Sorel, foi negado internamento do Domingos, no dito departamento, de luxo, pois não pretendiam suportar tão elevado custo quanto ao seu tratamento. Como a minha saudosa -Mulher representava a Gerencia, naquela altura, perante tanta dificuldade que surgira , tomou então a iniciativa de de responsabilizar pelo pagamento do internamento do Domingos, em departamento de luxo, e foi assim que salvaram da morte o desgraçado Domingos, que la por ser negro, a minha saudosa Esposa, teve pena dele, e conseguiu que ele saísse são e salvo do Hospital.
Mais tarde, fizeram-lhe uma festa, recuperou o que tinha gasto com o internamento do Domingos, e sabem o que sucedeu depois...? Todo o preto que tinha filhos, quis que Ela se Tornasse a Madrinha de todos os filhos nascidos...
A "Exemplar Descolonização" ceifou, depois, todo o resto da história...
E, em Portugal, nascida no Porto, sofreu um pouco com as indiferenças, que na altura causticavam os celebre Retornados, que tinham sido "enxotados" do Ultramar.
Descansa agora, em Paz, junto a Deus, no Céu, aguardando que chegue a minha vez de a acompanhar no Eterno Descanso.
A minha periodica visita a quem mais amei no mundo... |
Mas, a sério... era em Nossa Senhora de Fátima, em quem ambos sempre acreditamos, e nos refugiava-mos. Por exemplo, quando vínhamos passar umas férias a Lisboa, e vivendo em Luanda, umas das principais visitas que fazíamos, para além de irmos ao Cemitérios visitar os Familiares falecidos, impunha-se de imediato uma visita aos Santuários de Nossa Senhora de Fátima.
Ainda hoje, crente em Jesus Cristo e em Nossa Senhora de Fátima, tendo em mente ir visitar amanhã, domingo, a "Velhota" (termo que com as minhas netas me refiro, à Avó, por brincadeira amorosa) estive dentro da Igreja, e, com a complacência do Padre, estive a colher imagens através da maquina de filmar, pois mantenho um projecto para compor um novo blog, em homenagem a Alvarina, pois no meu cérebro, até a sonhar, não me separo Dela.
Tenho em mente, dar ênfase a um ligeiro pormenor, que insiste em afirmar, que a Voz de Deus e de Nossa Senhora ecoam pelo nosso meio, de um paraíso, de que poucos se apercebem ou não lhes presta a mínima atenção, por total indiferença do que lhes rodeia.
A projecção do raio solar que entra por uma das janelas da Igreja, reflecte-se, e coincide por largos segundo, na imagem de Nossa Senhora de Fátima, no santuário da Igreja, dando como consequência, e em breves segundo, uma visão de tal ordem à face de Nossa Senhora, que sugere um sorriso que a Santa emite, em segundos, de que poucos se apercebem...
Tá?!... .
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