É Natal, ou quase, uma época, dizem, de felicidade, fraternidade e amor ao próximo. É isto que se ouve um pouco por todo o lado. Nas ruas, centros comerciais, pequenas e grandes lojas, vê-se muita gente, circulando atarefadamente. Procuram a prenda certa ou deambulam apenas para passar o tempo. Procurarão também a tão falada e anunciada felicidade ?
O que sinto, na verdade, é a nostalgia colectiva por um imaginário natalício que já não existe ou que nunca existiu. As pessoas são avaliadas pela prenda que oferecem, marginalizadas e ridicularizadas quando deixam no sapatinho um belo par de meias ou a simples mas sempre útil embalagem com um par de cuecas. Isto tudo ignorando ostensivamente a utilidade de tais oferendas.
É uma altura em que muitos afirmam a sua felicidade quando, na realidade, sofrem interiormente. Mesmo aqueles, e aquelas, que dizem orgulhosamente não ligar nenhuma ao Natal, sentem falta de uma companhia, uma palavra amiga, um abraço reconfortante.
Sucedem-se os encontros, muitas vezes numa mesa de refeição, entre familiares e amigos ou simples colegas de trabalho, em que se trocam votos de boas festas e desejos de um futuro melhor, mesmo que o presente seja tudo menos risonho.
Final de ano, altura também para balanços e inventários de sentimentos e atitudes. Deseja-se que o próximo ano seja melhor, esperando sempre que os erros não se voltem a cometer, mesmo que tais desejos se repitam ano após ano, sempre com os mesmos resultados.
Da minha parte só desejo que quem passa fome possa ter uma mesa cheia a partir de agora, que quem sofre comece agora a sorrir, que quem tem desavenças se abrace apaziguadoramente, ainda que tais desejos possam nunca vir a concretizar-se. Mas a Fé pode mover mundos, pelo que acreditar pode ser a diferença entre o tudo e o nada... Queira assim Deus, e o Homem também...
Tá?!...
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