"...Nestes últimos dias tenho seguido com curiosidade a nomeação do novo governo, com destaque especial para a minha compatriota Francisca Van Dunem. Esta Senhora nasceu, tal como este que vos escreve, em Luanda, Angola corria o ano de 1955. Oriunda de uma das famílias mais conhecidas de Angola, da qual guardo memórias dos tempos em que partilhei a mesma cidade, foi obrigada a fugir do país em 1978 na sequência de uma "limpeza " no partido (MPLA), na qual o seu irmão, José, foi assassinado por apoiar um rival de José Eduardo dos Santos, Nito Alves. Também eu me vi obrigado. no meu caso, por razões de saúde, a sair de Angola, sendo depois impedido de regressar. Nunca fui de fazer favores á espera de posteriormente ser beneficiado, nunca fui de sorrir com hipocrisia ao Senhor com a cor certa, pelo que, tal como a Ministra, me tornei um exilado. Nunca mais voltei ao meu País. Tudo o que lá tinha e que lá ficou, conquistado com muito trabalho, suor e lágrimas, foi destruído por quem nunca nada fez para o bem de Angola. Foi uma vida que se perdeu, o renascer forçado noutro sítio, com outras pessoas.
Vejo, humildemente, paralelo entre a vida da agora Ministra e a minha. Sei o que custou, valorizo o sacrifício a que certamente foi obrigada. Olho-a, por isso, com admiração, esperando que o sofrimento lhe tenha dado a sabedoria necessária para agora conduzir o destino da nossa Justiça no rumo certo. Boa sorte, Senhora Ministra, vai precisar dela..
(Assinado - Armando Baptista).
É costume dizer-se que a dor só doí e a quem a tem e sofre com a ferida... E é por isso, que fui "catapultado" para emitir este "trabalhinho doméstico", pois senti uma certa "afinidade" ,comparativa, ao ler o original ,na Internet, sobre o qual, então, me apoiei,
Tá?!...
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