Após a meia-noite, portanto , quando os ponteiros do relógio indicavam que o dia 15 de Maio estava já no seu inicio, para fugir aos cansáveis programas televisivos,que só anunciavam futebol, mais futebol, acrescidos de uma " interminável " propaganda comercial, decidi, antes de me deitar, rever um disco DVD, que fora gravado há longo tempo atrás, o qual reproduzia factos e textos históricos, acerca dos acontecimentos relacionados com a revolução do 25 de Abril.
Como na data em que se desenrolou esta revolução politico/militar, - o 25 de Abril de 1974-, residia ainda em Luanda (Angola, foi com mais intensidade que fui acompanhando o desenrolar dos acontecimentos então gravados neste disco DVD, que foram baseados em programas já emitidos, em anos anteriores,. pela RTP.
Um pormenor, contudo, chamou-me, agora, curiosa atenção.... o comportamento de um glorioso militar, numa data em que o 25 de Abril estava ao rubro, e que passo aqui a transcrever, partindo
de uma descrição inserida na Internet, que relata o seguinte:-
"... Na rua do Arsenal, solitário, com um heróico sangue-frio, frente aos dois M-47, que ocupam a largura da via, o major Jaime Neves grita para o major Pato Anselmo " VIRA PARA LÁ ESSA MERDA !, ".
(A "essa merda" .referia-se aos mortíferos canhões de 90 mm dos M-47)...
Eis algumas fotos inserida na Net:--
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Retrocedendo, e a propósito da época revolucionária que foi genericamente precedida de uma evolução criminosa de assassinatos, activados na época, em Angola, que se generalizou em determinados grupos de etnia negra,os chamados Turras em que se chegou a ouvir "... mata branco...mata branco"..", e que no decorrer de acções protagonizadas por elementos afectos à politica, culminou na "exemplar descolonização", que acabou por, "forçosamente exilar ", milhares de inocentes Trabalhadores que, com o seu esforço e dedicação. tinham deixado todos os seus haveres à mercê de destruições de produtos obtidos com o seu esforço, como trabalhadores proprietários , adquiridos à custa do seu suor, sangue, e por vezes também com lágrimas.
O que acima se relatou, passou-se em Lisboa. Todavia, e embora haja um certo silenciar, também em Luanda, se viveram momentos, naquela época, dita, da descolonização, em que protagonizei acções militarizadas, embora já na vida civil, desmilitarizado, por ter já cumprido, na tropa, com o meu dever de respeitar a bandeira portuguesa. Organizaram-se , então , na época, as célebres milícias ,para que, ao longo das noites, e em jeeps percorrêssemos todos os locais onde houvessem escolas, hospitais, centos de saúde e bairros onde habitavam milhares de pessoas, pois o medo era de tal ordem generalizado, porque a todo o momento se temiam ataques por parte dos "pretos" que tencionavam matar "os brancos". Esta era a verdade, que foi escondida e silenciada na altura pela a informação jornalística.
Um pormenor curioso: por escolha, chefiei uma brigada deste género, durante meses, enquanto residente em Luanda ( terra onde nasci); certo dia, ao regressar a casa, já de madrugada, reparei que o condutor que conduzia o jeep, ao volante , a meu lado, mantinha a sua carabina , inadvertidamente, apontada na minha direcção, pronta a disparar ao menor movimento inesperado. Do que eu me livrei Santo Deus!. !. Graças a Deus, ainda posso contar esta " aventura", agora aos 88 anos de idade...
Tá?!...
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