Ontem foi dia de São Futebol. À mesma hora, em Lisboa e em Braga, jogaram-se as partilhas decisivas para a atribuição do titulo de Campeão. O Sporting lá ganhou por 4-0 ao Braga, fazendo a sua parte, mas como o Benfica levou também a melhor sobre o Nacional da Madeira, o vencedor do campeonato foi o clube que equipa de vermelho e branco, o Benfica.
Esta vitória consumou o tricampeonato e trigésimo quinto título para o clube da Águia. Sendo este o clube com mais adeptos em Portugal ( fala-se em mais de sete milhões de adeptos), foi natural o destaque dado pelas televisões, nomeadamente pela RTP, ao jogo em si e às comemorações que se seguiram por todo o País e até no Estrangeiro. Foi possível ver a alegria dos benfiquistas de Angola, Moçambique e Cabo Verde, por exemplo.
Deste modo, foi com alguma estranheza que, na sequência das notícias da vitória do Sport Lisboa e Benfica, assisti a uma reportagem que relatava a prisão de jogadores e dirigentes de clubes de futebol da segunda liga portuguesa, suspeitos de aceitarem dinheiro para facilitarem a vitória dos clubes adversários. Assim, procuravam os corruptores viciar resultados com o objectivo de ganhar avultadas quantias em casas de apostas na Internet. Num esquema controlado por máfias internacionais, conseguiam obter lucros astronómicos por via das apostas em jogos com o resultado previamente combinado.
Considerei tal sequência noticiosa uma deselegância por parte do canal estatal. Haveria algum tipo de insinuação quanto à validade dos resultados do campeonato português da primeira divisão, principalmente no que à vitória do Benfica diz respeito ? Penso que este alinhamento noticioso poderia e deveria ter sido evitado, de forma a não dar lugar a qualquer tipo de interpretação maliciosa. Muitas vezes é tão fácil evitar os problemas e as polémicas que só podemos olhar para estas situações como sendo o fruto de enorme incompetência ou da mais cruel das maldades.
A RTP poderia até vir pedir desculpas pelo infeliz alinhamento, mas, a verdade, é que as desculpas não se pedem, evitam-se...
Tá?!...
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