Uma ajuda caída do Céu...

Uma ajuda caída do Céu...

Isto há coisas  do diabo.  Não é que, há dias,  sou interpelado  na rua por alguém que dizia  ser meu familiar.  Com uma conversa muito amigável,  lá ia dizendo e falando coisas que me pareciam efectivamente familiares.   Situações,  pessoas,  lugares,  tudo aquilo me parecia fazer tocar uma campaínha nesta minha já cansada memória.  No entanto,  a cara do individuo era,  completamente,  estranha. Quando existem laços de família,  como que automaticamente,  parece que pequenas expressões faciais,  traços comuns a quem  partilha os mesmos genes,  são rapidamente captadas. Mas nada disso aconteceu.  Fiquei desconfiado. Mas o tipo lá continuava  a desfiar histórias e memórias que,  segundo  ele,  me deveriam  transportar para algum tipo de vivência comum.  Apesar da minha desconfiança,  a conversa era como que hipnotizadora.  Talvez ansioso por reencontrar alguém de família,  tudo parecia começar a fazer sentido,  ao mesmo tempo que a minha desconfiança se esbatia.

De repente sinto uma presença de alguém que chegado  de fresco,  começou a barafustar com o  pretenso familiar:

Ó bandido,  já estás com a tua cantiga a tentar enganar o velhote ? Põe-te mas é a  andar daqui antes que eu chame a polícia !...

Tal como um super herói ou  como um santo que decidiu intervir perante uma injustiça,   um desconhecido tinha vindo em meu socorro,  quando se apercebeu do verdadeiro conto do vigário que ali se desenrolava. Tive sorte. Ou então foi um milagre. Vá-se lá saber...

Tá?!...

PS.-  Todo este historiado é pura  ficção, mas podia bem ser verdade. Decidi  escrever tal enredo apenas para alertar para a fragilidade que,  por vezes,  idosos  se encontram e que motiva quem anda neste mundo só para fazer mal a tentar a sua sorte. Por vezes há milagres,  intervenções divinas,  e tudo acaba em bem. Outras vezes,  não é o caso,  infelizmente.  É este o mundo cruel em que vivemos. Por isso,  tenham cuidado e lembrem-se,  quem vos avisa,  vosso Amigo é ...