quinta-feira, 12 de abril de 2012

... 12 ...o crepúsculo da vida...


































Apresento, em jeito de balanço de uma vida, e porque Completei, hoje, 12 de Abril de 2012, 84 anos de idade, fotocópias de um conjunto de cartas abonatórias de Empresas e outras instituições onde prestei serviço, tanto em Angola como em Portugal. Representam, portanto, um  esforço laboral exercido, sempre, com honra, dignidade e competência, ao longo dos meus anos de vida útil (que foram  bastantes), como se poderá verificar, pela leitura acima documentada.


Capitalizado, produto de laboração dos   longos anos de trabalho: Uma reforma (a mínima no sector bancário, no grupo), um  velho automóvel Lancya, um computador, uma dezena de livros de autores famosos e uma cama para dormir e sonhar, com paz e tranquilidade, por não me pesar na consciência, de algum dia, ter praticado qualquer acto de desonestidade...

Dirão... mais nada?!?! 

Sim, estaria mais confortavelmente, neste final de vida, se as minhas aplicações  na  Banca,  representada em Acções  titulares bancárias, em Angola, não me tivessem  sido "roubadas",  mercê  da  independência da Colónia...

...e se as Companhias de Seguros - Ramo Vida - se  não se tivessem "baldado" em me indemnizarem    dos valores a que eu tinha direito, pelo longo período da  vigência  contratual, e...

... a ausência de  salários ou vencimentos durante um  período que medeia entre a vinda de Angola (por motivos de saúde) e readmissão bancária, por Despacho Ministerial, como aprendiz da banca (após uma dezena de anos, mais coisa menos coisa, de serviço na banca em cargos de responsabilidade directiva)!

e um prolongado "etc.." "etc."...!

(Modéstia à parte...)

Mas nem só de mágoas vive o pobre. Há coisas que nem todo o dinheiro do mundo pode comprar. E se em termos puramente financeiros as coisas poderiam ser melhores, em termos pessoais considero-me um privilegiado. Tenho uma excelente família, recheada de pessoas que me apoiam sempre, amigos e o respeito da comunidade em que me insiro. Pude acompanhar e colaborar no crescimento e formação das minhas filhas e netas e tive a sorte de partilhar a minha humilde existência com uma mulher única, companheira e amiga para sempre.

Participei no  tecer da história nacional com a inclusão nas listas de um partido com vista à eleição para a assembleia da República e considero-me uma pessoa activa no seio da minha comunidade.

Para além disso,o respeito e a amizade são bens imateriais fundamentais, que por serem imateriais nenhum dinheiro pode comprar. E poder dormir todos os dias com a minha consciência tranquila é um bem que muito estimo e que não trocaria por todo o ouro deste e de outros mundos.

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