quinta-feira, 26 de abril de 2012

... ondas "curtas" e ..."longas "... !

    
              Sinto-me um Velho zangarilho por ser um Idoso a quem a idade e as doenças do cérebro, Alzheimer, Parkinson, senilidade, etc, ainda não afectaram....a despeito dos meus  já cansados passos, na vida, que me encaminham, seguramente,  para a "fase final"...

Mas... fico empolgado quando sou  confrontado com páginas adormecidas e poeirentas de cadernos que ainda resistem ao tempo de arquivamento no meu baú de recordações, relativas a épocas em que exercia, activamente, a minha acção  laboral.

Quando da  inauguração e abertura ao público das instalações em Luanda, do Banco Totta-Standard de  Angola, integrei-me no seu quadro de Pessoal, e, decorrido pouco tempo, fui nomeado Chefe da Contabilidade, cargo que exerci, sempre com comprovada dignidade, honra e competência, até que circunstâncias, de índole partidária (e  não só), não muito distante da data da independência, conduziram a rumos  diversificados.

Surpreendido com um despacho do Ministério do Planeamento e Finanças e no que era  respeitante à constituição da Comissão de Gestão do Banco Totta-Standard de Angola, tomei conhecimento, na data, em que um Colega, também natural de Angola, mas de  coloração de pele diferente, fora, sem meu prévio conhecimento, nomeado o Responsável e Chefe da Contabilidade do Banco. De imediato reagi a tão silenciosa decisão, para  que fossem esclarecidas, abertamente, e definidas as limitações das responsabilidades a atribuir a cada um, após tal  estranho Despacho.

Foi então, que discutida  pelos Orgãos que efectivamente administravam a condução desta unidade Bancária, que foi proferido o seguinte despacho :

"Administração.
O sr Batista foi designado, de  facto, Chefe do Departamento de Contabilidade. Parece-me que o Sr. Craveiro deverá actuar como Adjunto do Sr. Batista, e nessa qualidade, independentemente de qualquer distribuição interna de tarefas"...

Tempos depois, sucedeu  o que as páginas da historia revelaram. 

Ontem, como hoje, a cor da pele e a cor partidária eram/são critérios fundamentais na definição de cargos e benefícios (não tanto de tarefas e responsabilidade efectiva, que isso é outra questão), em detrimento da competência e méritos demonstrados. A injustiça ainda é o que era... Quanto às preferências dadas a determinadas colorações, desgraçado dos daltónicos que não saberão, então, de quem se valer...


(Fotocópia do original )

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