Feito de encomenda, ou quase, o carrito esperava por nós na Fábrica onde nasceu, nos arredores de Londres. Saímos, a Família toda, de avião de Luanda para Lisboa e daí para a capital de Inglaterra. Ansiosos, mal aterrámos, fomos ter à Fábrica da Morris para acolher o novo membro do núcleo familiar. Era um belo Morris 1.300, com volante à esquerda, adequado à condução nas vias angolanas, e da maior parte da Europa, que se faz pela direita. Tal diferença foi motivo de confusão à saída das instalações de fabrico do veículo, uma vez que foi necessário algum tempo para que o cérebro se adaptasse à ideia de conduzir pela via da esquerda, algo que só fazia quando pretendia ultrapassar alguém...
Aproveitámos e ficámos uns dias por Londres. Por entre suspeitas de que alguém, imaginando-nos milionários do petróleo, quisesse tomar de assalto os nossos pertences, arranjámos tempo para visitar os lugares mais típicos da capital Britânica. Torre de Londres, Palácio de Buckingham, o Render da Guarda Real, enfim, aquilo que víamos em postais e só em sonhos ousávamos antever.
Viemos, depois, por aí abaixo. De barco, através do Canal da Mancha, atravessámos toda a França, a seguir passámos pela Suíça, para comprarmos os famosos chocolates, de onde seguimos para Espanha e, claro, Portugal.
Um caminho longo, com o novo companheiro de aventuras, que chegados a Lisboa foi despachado, por via marítima, para Luanda. Escusado será dizer que ainda esperámos, já em Angola, alguns dias pelo reencontro com o novo "brinquedo", que nos fez companhia por dez anos, mais coisa menos coisa, acompanhando-nos, inclusivamente, na desmobilização forçada, fruto da descolonização "exemplar"...
Histórias que ouso guardar na memória e em imagens que aqui vos deixo.
Avô... pensativo |
Esta foi a primeira matricula do carro, e , posteriormente, a portuguesa |
Tá?!...
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