Vivemos, de facto, numa época maravilhosa, em que o Homem começa a dar os primeiros passos em direcção às estrelas, em que o mundo começa a ser demasiado pequeno. Quando, há apenas dez anos, pensávamos em videochamadas para o outro lado do mundo, em telemóveis inteligentes, em electrodomésticos que funcionam comunicando entre si, imaginávamos tudo isso como ficção científica. Hoje, isso é tudo uma realidade que, de tão banal, já nem damos verdadeiramente por ela.
Seria de esperar que o desenvolvimento humano e social acompanhasse o desenvolvimento científico e tecnológico, mas tal não acontece. Assim como há cinquenta anos ou mais, continuam as guerras, a inveja e a ganância são cada vez maiores e a morte e a destruição parecem não ter fim à vista. Crianças morrem de fome, mesmo em países ditos desenvolvidos. Ainda hoje li notícias da fome na Venezuela, país demasiado dependente da venda do petróleo e, por isso, muito afectado pela diminuição do preço deste produto. Em África a miséria é praticamente a mesma de há trinta ou quarenta anos. Em Angola, por exemplo, um país com recursos riquíssimos, é onde morrem mais crianças, em todo o mundo, durante os primeiros cinco anos de vida.
Respeito e compreendo o interesse de visitar outros planetas. No entanto, não faria sentido concentrar os esforços de todas estas brilhantes mentes que nos levam até outros mundos com vista à erradicação da doença, da fome e da guerra, para só depois, em Paz e verdadeiramente unidos, partirmos então à descoberta do Universo? Se calhar tudo isto não faz muito sentido, mas são estas as palavras que se podem esperar de um Velho do Restelo Grisalho...
Tá?!...
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