Fui durante muitos anos Empregado Bancário, tanto em Angola, como em Portugal, tendo exercido funções de chefias directivas e responsável por direcções contabilísticas, com pleno êxito (documentalmente comprovado), e, após um decorrer de acontecimentos provenientes da "exemplar descolonização", acabei por ser "empurrado" para a situação de Reforma, com direito apenas a uma pensão, a mínima no sector bancário, equivalente ao salário mínimo de um "Aprendiz da Banca"....
Em Angola, foi neste edifício que prestei serviços (propriedade do Banco de Angola), hoje prédio onde se acumulam vários sectores da Administração Pública, da nova Angola.
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Luanda -Angola. |
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Luanda... |
Com perto de noventa anos de idade, acabei por vir a cair, de "para-quedas", na acolhedora cidade de Olhão, onde resido há anos, após um forçado "exílio", e onde Deus chamou à sua Divina Presença, a Mulher que mais amei na vida, a saudosa Esposa, Alvarina Teresa, após um feliz enlace matrimonial, celebrado há sessenta anos na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Luanda.
Preencho o meu tempo de viuvez, na medida do possível, fazendo "blogs", para afugentar a solidão e isolamento, consequente da saudade que me assola a ausência da querida Esposa.
Foi no decorrer de uma consulta efectuada, acidentalmente, sobre um artigo publicado na Internet, que tive a ideia de elaborar o presente "trabalhinho", cujo texto chamou-me a atenção sobre um programa que, curiosamente, a RTP, tem vindo a emitir, sobre o grave problema que rodeia a
Quebra do sigilo bancário, cuja foto aqui reproduzo:
Como bancário, embora reformado, e dada a longa experiência adquirida durante as funções que exerci no sector financeiro/bancário, fiquei motivado pelos textos lidos, sobre os quais passei a raciocinar, sobre o que irá suceder, no futuro, se houver alterações à Lei que rege o Sigilo Bancário, actual, com medidas que possam quebrar a confiança dos clientes que possam dar origem que se devasse a vida dos cidadãos, com a denuncia dos montantes, e saldos, dos depósitos nas suas contas bancárias.
Ainda me recordo, que quem quebrasse o
Sigilo Bancário, na época em que exerci funções de chefia, correria o risco de ir parar à cadeia, conforme o documento que aqui reproduzo:
Um dia, até aconteceu-me o seguinte:
Quando vim de Angola, por um Despacho Ministerial, Dr, Salgado Zenha, fui admitido num Banco, em Lisboa, e depois transferido para Moscavide, onde fui muito bem recebido. O Gerente, que se tornou meu Amigo, um dia chamou-me e, apontado para a rua, disse-me: ..."
Colega, está a ver aquele homem que varre a rua, um desmazelado funcionário da Câmara, que com uma vassoura, na mão, vai limpando o lixo espalhado pela estrada fora ? Sim, respondi-lhe.
Fique com atenção pois dentro de algum tempo, virá aqui ao nosso Balcão, a fim de consultar o montante do seu dinheiro aqui depositado.
Efectivamente, entre Depósitos à Ordem e "Depósitos a Prazo"
, o montante geral depositado em seu nome, quase que daria para a compra dos maiores edifícios de luxo existentes na Capital de Portugal, Lisboa.
Por aqui se pode avaliar as consequências funestas que daria uma nova Lei que possibilitasse, a qualquer um, e a todo o momento, uma denúncia das suas "economias"... na Banca !...
Agora pergunto eu, embora não seja essa a missão que incida sobre os Bancários:- ...
- Como se prova que o dinheirinho demonstrado nos saldos bancários, foi obtido licitamente , isto é, produto montante sem ter sido adquirido na base de vigarices e subornos que os titulres das contas foram acumulando ?
Quanto a impostos, podem existir titulares (clientes) que, em igualdade de circunstâncias, abriram contas em seus nome, noutros Bancos, diferentes, mas que, face a aplicação de impostos, e declarações, tiveram tratamentos diferenciados ,na escala tributária. É realmente um pouco confuso!.
Enfim, é certo que no aspecto de buscas e pesquisas inerentes a casos litigiosos, as coisas são conduzidas e tratadas pelos Organismos Oficiais próprios e adequados â matéria em curso, mas... acaba sempre tudo em se mexer no "dinheirinho" que está sendo sujeito a pesquisas, mesmo para efeitos de aplicação tributárias.
Cuidado, portanto...é matéria muito complexa- O " SIGILO BANCÁRIO "...
e, sem lisonja, de toda a minha actividade profissional /laboral, ( incluindo a Bancária), mantenho guardadas declarações oficiais, em que me concedem louvores pelos êxitos obtidos, dignidade e honradez com que sempre actuei, enquanto digno TRABALHADOR, ao serviço de PORTUGAL..
Armando Baptista - ex-Director e ex-Chefe de Contabilidade do ex- Banco Totta-Standard de Angola, (
Velho do Restelo Grisalho)- 88 anos de idade...
Tá?!...