"Oh Avô, Velho do Restelo Grisalho, antes dos teus actuais 90 anos de idade, conseguia aguentar-te sem dificuldade nenhuma, mas, agora o actual peso da Tua velhice, retirou-te, repentinamente, a capacidade que tinhas antes, de puderes caminhar, embora apoiado em Mim, várias centenas de metros, sem grandes dificuldades; vejo-me agora à rasca, e revoltada, para te poder suportar, ajudando-te a palmilhar apenas uns dez metros de encaminhamento. Estás mesmo nas últimas... "
E pensei para comigo, realmente estou mesmo a ficar velhote aguardado a hora da chegada da foice que me dará cabo desta vida...
Noutros tempos, a convivência matrimonial, com a minha saudosa e querida Mulher (Alvarina Teresa), que durou mais de sessenta anos, eu era um felizardo, pois, mesmo com um pesado peso de exemplares responsabilidades em matéria laboral, tinha sempre o apoio moral, cívico, honesto e fraternal, da que mais amei na vida... a que partiu para o Céu, apoiada na hora do momento da chegada da morte, a meu lado, já aqui em Portugal (Olhão). Foi o momento em que a partir daí, foi só com a muleta é que comecei a sentir forças para continuar a dar passos para um futuro incerto...
Sem lisonja despropositada, hoje em dia, conto com toda a amizade e assistência familiar, por parte de todos os meus descendentes (carinhosos Filhos e Netas...) pelo o que, basta um simples espirro, para que me conduzam a um médico, a fim de cuidar da minha saúde e bem estar.
Todavia, todos têm os seus tempos ocupados, pelo o que, em matéria de consumir o velho almoço, antes, minha saudosa Mulher, noutros tempos, preparava-me muitas vezes a velha e gostosa moamba de galinha (prato tradicional angolano)...
Mas agora, devido ao natural, e compreensível, isolamento, provocado pela inesperada viuvez, para almoçar, la tenho que ir buscar a muleta (bengala), para poder ir ao super mercado para comprar a gostosa sopinha e enchentes para o estômago vazio...
Tá?!...
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