Ao olhar para os velhos documentos do meu arquivo pessoal pareço sentir algo idêntico: Décadas de trabalho árduo e honesto, cada vez mais esbatido pelo tempo, amarelecido pelo passar dos anos, hoje esquecido e apenas uma miragem perante a evidência do que sou e do que já fui. Hoje uma sombra escura do sol brilhante de há sessenta anos. Esquecido, abatido, cansado, como que, também eu vitimado por um furacão que quase tudo levou.
Tais pensamentos assomaram quando dei de caras com a história dos Livros Selados e a sua evolução ao longo dos tempos. Estes Livros eram como Bíblias Sagradas da contabilidade de Bancos e Empresas. Continham o Balanço contabilístico de um ano de trabalho e o seu manuseio só era permitido a alguns privilegiados, certificados pelas Autoridades Financeiras como sendo tecnicamente capazes e idóneos em absoluto, como garantia da qualidade e veracidade da informação contida nesses Livros. Ora este vosso Amigo foi um desses iluminados, um dos muito poucos a quem era permitido contactar com tais Livros, os quais eram mantidos em local quase secreto. Tinha assim um poder que muitos invejavam mas poucos logravam conseguir.
Dos primórdios da civilização, quase tão antigo como este que vos escreve... |
Por contraste, hoje o poder esvai-se a cada dia, a memória atraiçoa-me e só os papeis amarelos confirmam aquilo em que poucos acreditam. Felizmente, senão para além de "Velho Rezingão"também me chamariam de "Velho Aldrabão"..
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Tá?!...
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