Nós, seres humanos, somos um pequeníssimo grão de areia nessa praia cósmica, com um areal a perder de vista. Há quem diga, até, que esse areal é infinito.
Se o espaço é infinito então o tempo também o será. Mas nós, insignificantes, parecemos querer o tempo todo para nós, procurando fazer muito em pouco... Depois, história após história, começam a faltar as palavras. As ideias parecem fugir, como areia fina entre os dedos.
Sinto-me sem ideias. Digo e penso isto vezes sem conta. Mas depois, lá de um recanto da memória, espreita mais uma história, ansiosa por ser contada. E aí, como que um autómato, controlado por uma vontade que não é a minha, ponho mãos à obra. A história é para ser contada. Existe para que amanhã outros saibam o que foi o ontem, que para mim é ainda hoje.
Após mais uma história que liberto da sua gaiola da memória, olho para as palavras e imagens que acompanham e sinto que um pedaço de mim aí ficou. O que somos sem as nossas histórias ? Apenas um qualquer "calhau" que por aqui rolou... é a capacidade para transmitir hoje o que aconteceu ontem aos que virão amanhã, que nos define como seres humanos e nos distingue de animais, como nós...
E amanhã, embora pense sempre que não, mais uma história irei contar. Porque há muitas, esperando apenas a oportunidade para saírem cá para fora...
Sem comentários:
Enviar um comentário