Com todo o respeito e devida vénia, por inspiração, colhi, como fonte produtora para a presente publicação, o teor contido nas páginas do supra dito Magazine.
Titulo do artigo em questão, subscrito pela Jornalista Susana Torrão.
"A professora do bairro".
Relata o que foi a vida de uma Professora, que leccionou em Angola (Manuela Pacheco) nos tempos do dito "colonialismo", mas para se ter uma melhore ideia, do que a autora pretendia com a sua exposição,transcreve-se, "copiosamente", a história que fora publicada , então, em letra de imprensa:
"...O amor de Manuela Pacheco pelo ensino nasceu de um par de sapatos com uma mala a condizer. Tinha 16 anos quando pediu o conjunto de acessórios. A resposta da mãe foi clara: " Não tos dou. Se os quiseres, trabalha" "eu queria mesmo muito, pus-me a pensar, e lembrei-me de dar explicações em casa. Depois tomei-lhe o gosto", recorda hoje a antiga professora. Fez formação em Angola, continuou com as explicações mesmo antes de ter o diploma e, aos 22 anos, estreou-se como professora primária oficial na Escola de São Paulo de Luanda. Só abandonou o ensino quando não a deixaram continuar mais.
"No primeiro dia como professora cheguei a casa a chorar", recorda. A escola ficava num bairro operário, com muita prostituição, e as meninas, com 5 ou 6 anos, tinham uma vivência e uma linguagem que a deixaram chocada. Mas depois do impacte inicial acabou por se sentir como peixe na água.
(há, aqui, um pequeno salto do texto...)
As fotografias de Salazar, Américo Tomás e do cardeal Cerejeira estavam nas salas de aula, mas Manuela não se lembra de pressões sobre o que era ensinado
(mais um pequeno salto)
Ao contrário do que acontecia em Lisboa, as turmas eram mistas,. Mas em Luanda, tal como cá,, o uniforme era obrigatório em todos os graus de ensino. Ainda hoje defende essa prática: " O uniforme, a bata branca, permitia que ninguém se distinguisse pelas roupas", diz. As clivagens sociais eram reveladas por pormenores como quem chegava à escola de carro e quem vinha a pé, mas dentro da turma " a diferença era conseguida pelos resultados que cada um tinha na escola".
(de novo, alguns ressaltos do texto)
» Quer como aluna quer enquanto professora, Manuela sempre teve turmas multirraciais, mas as desigualdades existiam: " Os negros tinham menos acesso ao ensino. E também era visível no tipo de habitações: nós vivíamos em vivendas e, na maioria, eles vinham de cubatas com chão de terra batida" Era este o caso de muitos dos seus alunos, noutra escola em que ensinou, já casada. no Bairro Popular nº 2. Foi ali que assistiu à entrada da UNITA em Luanda. " Não estávamos lá, mas a escola foi bombardeada, bem como as casas dos alunos
(encurtando o texto final)
Saiu de Angola deixando a porta de casa encostada e a chave do carro na ignição, "para não terem de estragar nada".
E, este "conto" relatado (parcialmente) vem relembrar o que efectivamente se passou com muito boa gente que fez toda a sua vida em Angola e que, pelas razões, que todos já conhecem, se viu na contingência de ter que abandonar tudo quanto o seu trabalho produzira, ao longo de anos., em ANGOLA... e acabou por ficar, depois, sem nada !...
Mas a vida , por vezes, surpreende-nos com factos curiosos, que moldam a nossa existência...
... a todo o momento, só se houve falar em crise... mais crise... e só crise, .a repercutir-se até longínquas paragens deste tumultuoso hemisfério...
... pelo que acontece... às vezes ...
... para que não venha a faltar "o pão de cada dia", já há Doutores e Pessoas Diplomadas a aceitar empregos, nem que seja para apanhar fruta da época em Zonas Agrícolas, deste lindo PORTUGAL !.
Tá?!
Encheu-me o coração de memórias.
ResponderEliminarBem haja, por existir.
Olá senhor Baptista, que bom ajudar-nos a recordar a NOSSA TERRA.
ResponderEliminarUm grande beijinho.
Orquidea Abreu.
Temos que estar juntos este Verão, tem tantas histórias para me contar....