Todos os dias recolho imagens, pedaços de tempo, memórias de gente e locais. Depois vou publicando, misturando, às vezes apagando o que, aparentemente, não interessa. A verdade é que uma imagem encerra em si um momento irrepetível, uma vez que aquele segundo ou fracção de segundo em que o obturador se abre para deixar entrar a luz, jamais se repetirá. É como aquela água que passa mas não voltará a passar. Mas tal como uma barragem, que prende as águas, também a máquina fotográfica prende o tempo, permitindo registar para referência futura instantes, pensamentos e até sentimentos. É, afinal, uma máquina fazedora de magia.
Esta capacidade para resguardar o tempo da passagem do mesmo é hoje levada ao limite, com telemóveis e pequenas câmaras fotográficas e de filmar, que cabem na palma de uma mão, a serem usadas por todos, a todo o momento. Há até quase uma obsessão em capturar aquele momento que todos julgam mágico. Será medo de perder o tempo, receio de esquecer o inesquecível ?
De vez em quando pego numas quantas fotos e junto-as mais ou menos ao acaso. Hoje, assim fiz. Este é, então, mais um apanhado de pequenos pedaços de uma vida...
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