O País anda em alvoroço. Até parece mentira. Um político, ex-primeiro ministro, por isso pessoa muito importante, foi detido no aeroporto de Lisboa e levado à presença de um Juiz, pessoa idónea e sabedora, até provas em contrário.
Ex colegas, camaradas do partido, todos se apressaram a vir em defesa de tal coitado. Parece que as ilegalidades cometidas pelo dito senhor, o desvio de mais de vinte milhões de Euros, obra datada do tempo em que a pessoa detinha cargos de relevo, foram suficientes para o deixar em prisão preventiva. E lá foi o senhor, como qualquer comum mortal, enviado para a choldra.
Muitos foram os que aplaudiram. Parece que a Justiça afinal funciona. Outros indignaram-se, temendo até que tal situação viesse a denegrir a imagem do país além fronteiras.
De repente surge uma personagem cujo passado político inclui cargos de responsabilidade. Ex-primeiro ministro e ex-presidente da república, o Senhor Soares não se coibiu de comentar, indignado, a prisão do camarada e amigo. Aparentemente sabedor de algo que o cidadão comum desconhece, afirmou que, entre outras coisas, o senhor Sócrates era um homem digno e que, mesmo que seja julgado, será seguramente absolvido. Terminou dizendo "... também eu sou jurista...".
Claro que tal reacção indignou os magistrados do Ministério Público. Quem não se sente, não é filho de boa gente. De facto, o que consideraram uma intromissão e uma intervenção infeliz de quem tem responsabilidades públicas, não foi deixada passar em claro...
Vindo de quem veio, esta reação extemporânea e irrefletida, nem surpreende. O senhor Soares é, infelizmente, useiro e vezeiro em atitudes impensadas. Há até quem diga que terá humilhado o símbolo máximo da Nação sem que tal acusação tivera sido jamais desmentida...
Será que, com tantos Conselheiros e Assessores não há uma alma caridosa que diga ao senhor Soares quando deve ficar calado ? Isto, sim, a bem da imagem e reputação de Portugal num mundo que frequentemente nos olha de lado...
Tá?!...
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