A trabalhadora formiga... |
No caso de ataque a uma formiga individual esta liberta substâncias químicas que são detectadas pelas restantes, as quais são assim avisadas do perigo iminente. Seguidamente a colónia organiza-se no sentido de proteger o formigueiro e a preciosa prole que guardam e alimentam cuidadosamente, emitindo também elas sinais químicos que permitem reagir de forma organizada.
Durante os meses quentes, tempo de abundância, armazenam reservas alimentares que permitem a todos sobreviverem nos meses mais frios, em que a disponibilidade de alimento poderá ser menor e em que as temperaturas não convidam a passeios no exterior.
Olho para as formigas e tento fazer o paralelo com a sociedade dos homens, mas, a bem dizer, cada vez menos encontro semelhanças. Enquanto a formiga privilegia o grupo/família em detrimento do individuo, a sociedade humana cada vez fomenta mais a individualidade com prejuízo da comunidade. Apesar da ilusão de redes sociais digitais, telefones e computadores que nos permitem contactar rapidamente com quem desejamos, a verdade é que estamos cada vez mais sós, sentados tristemente em frente de um pequeno rectângulo iluminado. Rareiam cada vez mais as reuniões de família, o verdadeiro convívio fraternal, bem como o reencontro expontâneo com velhos amigos. Parece tudo muito artificial, forçado por agendamentos online, via Internet, de ajuntamentos a que todos tencionam ir mas onde, na verdade, ninguém comparece.
Ao contrário da inteligência colectiva que é um formigueiro, a comunidade humana parece formar uma ignorância colectiva, em que ninguém parece saber, verdadeiramente para onde vai, de onde vem e qual o seu papel nisto tudo. Andamos todos que nem baratas tontas sem sabermos muito bem para onde nos virarmos. Ainda por oposição às formigas, que trabalham continuamente para o bem comum, o "formigueiro" humano é cada vez mais um amontoado de percevejos gananciosos e egoístas, sedentos de sangue. A perspectiva de uma riqueza ilusória, fomentada por uma propaganda manipuladora, geradora de mentes vazias e ignorantes, produzem espécimes intelectualmente inférteis, incapazes de se aperceberem da armadilha em que caíram.
Às vezes sonho com o dia em que tudo vai ser diferente, o dia em que cada um é importante para todos, o dia em que a verdadeira amizade, não a amizade virtual dos computadores, une de novo os Amigos, vivo em antecipação o momento em que somos todos importantes mas nenhum mais importante que o outro...
Formigas denominadas "Quissonde", existentes em Angola, que muitas vezes invadiam o meu quintal, quando vivia em Luanda- Eram muito barulhentas..e davam muitas picadelas. dolorosas.
Era África....
Tá?!....
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