Há dias o jornal "Público" publicava uma matéria relativa a uma hipotética invasão de Portugal que poderia ter ocorrido por alturas do pós 25 de Abril de 1974, ordenada pelo General Spínola, com o apoio do exército brasileiro, país onde a dita personalidade se encontrava exilado. Tal invasão nunca chegou, como sabemos, a ocorrer, mas será um exercício interessante especular sobre a realidade alternativa que tal acontecimento viria a revelar.
Imaginemos então que o Exército Brasileiro aceitava a ideia louca de uma invasão do País que outrora fora seu colonizador. Não é difícil aceitar que a resistência das Forças Armadas lusas, destroçadas pela ainda recente guerra colonial, imersas num processo pós revolução, com uma hierarquia esbatida, seria, essa resistência, complicado concretizar. O exército brasileiro, vindo de longe mas numeroso, bem equipado e organizado, tomaria então, sob o controle do General Spínola, conta do País. Ironicamente, pouco mais de cento e cinquenta anos depois da independência do Brasil, o colonizador passaria a colonizado. Face à incapacidade das Forças Nacionais para reagir, Spínola, passaria a assumir a função de Chefe de Estado, à frente de um Governo em que estariam mesmo maioritários os representantes do Governo da Metrópole, com sede na capital, Brasília. Posto isto, o que seria diferente e o que seria igual ?
Provavelmente estaríamos todos a falar com um sotaque diferente. Diríamos "futchibóu" em vez de futebol. Basta ouvir o pessoal que emigra para o Brasil e que rapidamente se vê obrigado a adoptar o sotaque local, sob pena de os indígenas não entenderem patavina do português arrevesado que se fala em Portugal. Comeríamos mais arroz com feijão e teríamos a companhia de umas quantas favelas à volta de Lisboa e Porto. Estaríamos agora atrasados na construção de uns estádios para o mundial que se avizinha, organizado pelo Brasil e com alguns jogos a serem realizados em estádios da Colónia, nomeadamente dos clubes Sport Lisboa e Brasilia (SLB) e Sporting Clube do Brasil (SCB).
De resto as coisas não seriam muito diferentes: as televisões inundadas com novelas brasileiras, brasileiros a emigrarem para Portugal, portugueses a emigrarem para o Brasil, muita cerveja (Chope) e futebol à mistura para distrair o povo, ignorante ou nem por isso.
Uma realidade alternativa, eventualmente diferente na forma mas de conteúdo muito idêntico...
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