Ontem foi um dia cheio. Por entre pequenas confusões de índole familiar, que acabaram por ter alguma piada, uma situação se destacou. A história conta-se em poucas palavras mas tem contornos um pouco estranhos que apenas me atrevo a relatar.
Como habitualmente desloquei-me a um pequeno Super-mercado próximo da minha residência para adquirir alguns bens alimentares, entre eles quatro pequenas bananas. Qual não foi o meu espanto quando me foi apresentada uma conta para pagamento de quase dez euros ! Refira-se que para além das bananas, trazia apenas pão e duas fatias de fiambre, pelo que a quantia pareceu-me deveras exagerada. Não costumo reclamar ( se calhar devia fazê-lo mais vezes..) mas desta vez não me consegui conter:
- Ó minha senhora, há aqui qualquer coisa errada. Levo apenas quatro bananas mas o preço das mesmas aqui no talão é de mais de cinco euros. Deve haver algum engano, ou então estas bananas são feitas de ouro... É verdade que tudo está cada vez mais caro mas não me parece que cinco euros por meio quilo de bananas seja um valor razoável.
A funcionária olhou para o papelinho da conta e, concordando que mais de cinco euros por quatro bananas era exagerado, chamou a responsável pela loja. Esta, consultando de novo o talão de compras, assumiu o erro, justificando-o com a falta de experiência da funcionária da caixa, a qual estaria a exercer a função há muito pouco tempo. Depois de fazer algumas contas, acabou por apurar o valor de sessenta e nove cêntimos, ao invés dos mais cinco euros iniciais, tendo-me restituído a diferença. O pior veio a seguir:
- Qual é o seu nome - perguntou - preciso do seu bilhete de identidade e cartão de contribuinte.
Fiquei com a ideia que me ia pedir mais papelada mas eu interrompi-a. Espantado, recusei apresentar qualquer documento. Aleguei que o erro não tinha sido meus e que não se justificava a apresentação de qualquer documento identificativo. A dita Senhora contrapôs que se não me identificasse, seria ela a pagar a diferença de caixa. Não me convenceu, pelo que, educada e respeitosamente, me despedi e fui à minha vida, acabando por dizer que não tinha cometido qualquer crime ou irregularidade que justificasse a apresentação de quaisquer documentos.
Questiono-me se o erro foi de facto inadvertido. Numa conta tão pequena, deveria ter sido fácil à funcionária da caixa detectar imediatamente o erro. Por outro lado, a solicitação dos documentos, de tão estranha, não teria um qualquer objectivo obscuro que, de momento, me escapa ? Estariam simplesmente a ver se o engano passava em claro, esperando que " o velhote" não desse por nada ?
Enfim, mais uma história rocambolesca nesta nossa verdadeira, desta vez mais do que nunca, República das Bananas.
Tá?!...
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