Mais uma Páscoa que passou. Celebração da morte de Jesus Cristo (se é que a morte é uma coisa para ser celebrada...), o qual terá dado a sua vida por todos nós, uma espécie de perdáo colectivo personificado em Cristo, tempo da Família e de reflexão.
As crianças e jovens em idade escolar têm o merecido (para alguns...) descanso e os Pais mais tempo para desfrutar da companhia dos pequenos diabretes ou, então, para arranjarem mais dores de cabeça porque não sabem o que fazer com as crianças.
Nesta Páscoa, desde quinta-feira, dia 2 de Abril, até hoje, segunda-feira, dia 6 de Abril, decorreu mais uma greve de funcionários da CP. Entre maquinistas e revisores foram poucos, muito poucos mesmo, os que não aderiram à paragem laboral. Principais prejudicados, mais uma vez, são os passageiros, esses desgraçados que pagam sempre por tabela sem que nada tenham feito para o merecer. Entre as pessoas que pagaram os seus bilhetes adiantados, via passes de transporte, clientes menos habituais e os milhares de turistas que nos visitam nesta altura do ano, foi uma razia, com pessoas desesperadas a terem que arranjar alternativas em cima da hora, com custos frequentemente muito mais elevados e com perdas de tempo assinaláveis. E os turistas, que tinham as suas férias planeadas, com que imagem ficam do País ? Para além disso, a convocação da greve para esta altura festiva, em que o movimento de passageiros é bastante mais elevado, tem contornos de crueldade e maldade puras, pois prejudica principalmente aquele que é o elo mais fraco: o passageiro. A greve é uma arma de último recurso, por isso a forma repetida como estes Senhores recorrem à greve retira-lhe significado e sentido, pois é apenas "mais uma greve..."
No plano familiar pude reunir a Família num almoço domingueiro de Páscoa, num restaurante da bela cidade de Olhão. O restaurante estava cheio e havia até quem aguardasse por mesas à porta, formando uma fila. Outros, ainda, chegavam, olhavam para a extensa fila e para o restaurante completaments cheio e, desanimados, davam meia volta e partiam para outra freguesia. Enquanto esperava ser servido, o que demorou cerca de uma hora, dei-me ao trabalho, por simples curiosidade, de contabilizar os que chegavam e imediatamente partiam. Contei cerca de trezentos potenciais clientes que nunca o chegaram a ser. A verdade é que o serviço era lento por manifesta falta de pessoal. Os funcionários bem se esforçavam por atender rápida e eficazmente os clientes, mas efectivamente, por serem poucos, não conseguiam prestar o melhor serviço. Pus-me a pensar: "então, mas com tanto desemprego, com tanta gente com dificuldades para alimentar a família, não arranjam mais pessoal para servir à mesa? Ou será que são as pessoas que afinal não querem trabalhar, preferindo ficar em casa, à conta de subsídios ?". Certo, certo, é que alguma coisa não está bem. É o empresário que perde dinheiro, é o cliente insatisfeito e é o Estado que deixa de cobrar os impostos devidos pelos clientes que afinal nunca o chegaram a ser...
Não sei se é a minha recente veia política, mas tenho estado mais alerta quanto à necessidade de mudança neste País. Mudança de mentalidades, de atitudes e de política. Urge dar lugar a novas ideias, a novas maneiras de fazer as coisas. Ultimamente tenho-me identificado com o Partido Democrático Republicano (PDR), mas, a bem dizer, seria interessante ter uma nova côr política no Govêrno de Portugal, independentemente dessa côr. Se for o PDR, tanto melhor, mas o importante mesmo seria a mudança desta política bafienta e viciada que nos corrói há quarenta e um anos, sem que tenhamos, apesar dos protestos, feito algo que pudesse alterar verdadeiramente o rumo.
Cristo morreu na Cruz para remissão dos nossos pecados. Façamos que tenha valido a pena e que, agora que Ele se foi há quase dois mil anos, comecemos, finalmente, a pensar por nós próprios,sem ficar eternamente à espera de um Messias que resolva por nós todos os problemas...
Tá?!...
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