Não é fantasia nenhuma, o que tem vindo a ser relatado em função dos acontecimentos dramáticos a que estiveram subordinados os que, para se salvarem das atrocidades cometidas no Ultramar, tiveram que se socorrer de meios de transporte, até aos locais em que se sentissem mais seguros das "selvajarias" a que tiveram sujeitos e que os conduziria a dramáticos sacrifícios mortais.
Diz-se que "a dor só dói a quem a sente", e dentro desta popular filosofia, os jovens da actualidade não têm nem sentem o mesmo "ardor", (graças a Deus), que acutilou os Séniores idosos que sofreram com as atrocidades a que estiveram sujeitos, no distante passado. Estou incluído nessa "massa sacrificada", até porque, por razões de saúde, motivadas pelos conturbados movimentos independentistas, a despeito de ser natural de Angola, vi-me obrigado a deslocar-me a Lisboa, na data da independência de Angola , por falta de médicos, na altura, em Luanda . De imediato, vi-me a braços com uma total destruição de todos os meus bens (honestamente adquiridos) que eu tinha sediados na minha residência oficial em Luanda.,
Como actualmente resido na cidade de Olhão, despertou-me a atenção um, trecho inscrito no canto de uma página, no supracitado volume nº 8, que passo a reproduzir foto-graficamente:
Por aqui se vê o drama a que estiveram sujeitos muitos portugueses para se safarem das "hostilidades" que os criminosos não hesitavam em retalhar os seus corpos. Uns vieram na celebre "Ponte Aérea, outros então socorreram-se do que lhes estava à mão, como, por exemplo, embarcando em frágeis embarcações, que, em muitos casos, nem chegaram a tingir os portos para onde se dirigiam, afundando-se...
Traineiras de Olhão também transportaram Retornados. |
Terá sido esta uma das traineiras que transportou os refugiados de Angola em 1975 ? |
O relato histórico é de conhecimento público, embora alguns segredos jamais serão revelados, até para proteger os interesses de alguns. No Arquivo da RTP é possível encontrar, ainda assim, bastante informação de relevo.
Certos trágicos episódios que relatam a epopeia dos refugiados portugueses vindos de Angola, infelizmente já não podem ser contados, ou relatados, em discurso directo, por refugiados que entretanto perderam a vida, e repousam eternamente num cantinho do Céu.
Em Olhão, ou seja, em Olhão da Restauração, foi a cidade, onde acabei por cair de "para- quedas", após um "exilio" forçado a que todos tivemos que ser submetidos, resultante dos acordos que certos "apátridas" estabeleceram entre si, para que deixássemos Angola à mercê e nas mãos de certos " gentios" que ficaram a beneficiar das riquezas que lá tinham sido produzidas pelos os que tinham sido agora "enxotados" com a cobertura e apoio de certos "apátridas", da mesma nacionalidade dos que estavam sendo visivelmente vitimados e afugentados infamemente..
No cais onde acostam as traineiras que regressam da captação de peixes de várias espécies, assiste-se , com muita frequência, o descarregamento de cestos contendo uma das maiores riquezas que o nosso mar nos contempla ... a famosa sardinha do Algarve. Afinal Portugal é um País rico dada a sua industria piscatória que é tão valiosa... tal como o petróleo o é para Angola !.
Silenciar o passado, considero uma injustiça, embora haja gente que actualmente quase que cospe para o lado, com um ar de indiferença, e se sinta incomodada com os desabafos dos que passaram tormentos injustos mercê dos interesses pessoais de determinados "apátridas"...
Tá?!...
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