Agora já na Europa - em Portugal . (continuação),
Em Lisboa, em 25 de Julho de 1939, fui "Aprovado" num exame do 2º grau do ensino primário elementar, cujo Diploma assinado pelo então Director, A (?) Costa, foi emitido no Distrito Escolar de
Lisboa, cuja aprendizagem fora exercida na Escola Primária Oficial nº 45 em Carnide- Luz, onde deixei grandes amizades e que se alongaram pelos tempos fora. Não sei porquê, alguns companheiros de infância, portanto colegas amigos, chamavam-me o " China Macau", e esfregavam os dedos nos seus narizes. Talvez por eu ter nascido em África. (Angola).
A sociedade de Geografia de Lisboa, na Semana das Colónias, em 1934 (s.e.) passou-me um Diploma de Menção Honrosa, Concurso Escolar, por um trabalho com o qual concorri e venci. Informaram-me mais tarde, que Salazar prestara um elogio ao meu trabalho vencedor.
Sucedeu que, num período que antecedeu o meus regresso a Angola, submeti-me a um exame de admissão aos liceus, exercido no Liceu Camões, em Lisboa, e... chumbei !.. O motivo pelo qual não mereci aprovação, deveu-se ao facto de na redacção escrita não ter descrito que um cão com a cauda caída ( que era o desenho) poderia ser o sintoma da RAIVA CANINA. Pois, eu sabia lá o que era a doença da raiva que atacava só os cães ? Em não era médico, e só conhecia outros sintomas e tipos de raiva
No ano em que rebentou a II Guerra Mundial, o santo do meu tio Rogério, conduziu-nos a mim e ao meu irmão Zé Bate até ao cais de Alcântara, em Lisboa, para embarcarmos com destino a Luanda, no paquete de passageiros "Angola". À nossa muito querida Avozinha Helena, (soubemos mais tarde) que não lhe foi permitida a despedida dos seus queridos netinhos, dado o seu estado de saúde, que poderia causar-lhe grave emoção e falecer repentinamente. Mantive com esta saudosa Avó, muita correspondência, onde dizia estar sempre sonhando comigo e irmão.
Fizemos uma viagem sem sobressaltos. Aportamos Funchal (Madeira), S. Tomé, Foz do Zaire e de seguida o navio ancorou na baía de Luanda... Recordo-me da aproximação e abordagem do gasolina, ao navio, no qual vinham o nosso Pai e o nosso tio Botas ( este, marido da saudosa tia Chinha (Dulce) esperar-nos, com grande ansiedade e expectativa, dadas as dificuldades de comunicações que dificilmente se estabeleciam entre terra e o barco.
E... então na terra acolhedora... ANGOLA - Luanda:-
Fomos então viver na Vila Areias, em casa do nosso Pai ( Domingos José) convivendo com a nossa madrasta Celestina ( que casara com o nosso Pai), com o irmão recente, o Óscar, e com o meio-irmão Zé Úria, ja bastante adulto. O nosso Pai (Domingos José) era funcionário superior dos Correios.
Chumbei novamente no exame de admissão aos liceus, pois tive longo período sem ter aulas e sem explicadores.
Entretanto, mercê de um despacho ministerial, tive que repetir o último ano de frequência ma Escola comercial de Luanda, a primeira a ser instalada em Angola, ( por ordem de Salazar) para que fosse oficialmente reconhecida esta Escola, ( que acabou por ser oficializada por portaria ministerial nº 16, de Outubro de 1945, que, inicialmente esteve instalada no Palácio do Comércio, ainda em construção. Na caderneta Escolar 8do Ensino Comercial) regista-se o seguinte:- O aluno Armando José Carmo Ferreira Baptista concluiu o curso do comércio com a classificação de 13 valores - 10 de Janeiro de 1947"..
Entrei, assim, na fase de cumprimento de actos laborais ( e profissionais) para ajudar a Família e par sustento próprio...
Em carta de 6 de Março de 1946, a firma J. Lopes (agente geral em Angola dos produtos Lusalite,, entregou-me a carta em que confirmava o meu pedido de demissão, nos seguintes termos... "declaro que o ilmo. Snr. Armando Baptista desempenhou sempre com zelo e máxima honestidade, as funções de meu empregado de escritório podendo desta, fazer o uso que entender".
De imediato, arranjei emprego na firma SOREL, Agente da Caterpillar em Angola na qual me despedi e, como resposta, obtive uma carta da qual ressalto o seguinte:- concedemos-lhe a demissão solicitada. Não queremos deixar de lhe manifestar o nosso pesar por ver afastar-se do nosso serviço um empregado que durante tantos anos (15) serviu sempre com lealdade e zelo exemplares..." Carta datada de 11 de Junho de 1958
(continua)...
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