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Tenho, por exemplo, à mão, um velho documento em que ainda se pode ler o seguinte , apenas uma parte:-
ESTADO DE ANGOLA - Despacho - Considerando que estão estabelecidos contactos com o Governo Provisório Português a fim de encontrar solução conveniente para ( etc, etc....)...
Determino:
- o adiamento "sine die" da assembleia Geral do Banco Totta-Standard de Angola, convocada par hoje, 24 de Março de 1975. - O MINISTRO DO PLANEAMENTO E FINANÇAS,
SAYDI MINGAS
Historiando...
O Banco Totta-Standard de Angola, nasceu no dia 26/8/66, ( em cuja inauguração fiz parte) e teve menos de dez anos de vida plena, pois durante o ano de 1975, na sequência do descalabro da economia angolana que continuamente se agravava, acabou intervencionado pelo Governo de Transição em 14/8/1975 e não recuperou mais, continuando a definhar, até entrar em "coma induzido", confinado a uma sala no Banco de Angola, onde se julga já ter morrido, em data não divulgada..
Depois, a forma abrupta, e anormalmente rápida, como tudo ruíu, deixou-nos um sentimento de falta, difícil de ultrapassar, uma espécie de luto inacabado, como acontece quando não se encontra o corpo do defunto, e que leva, contra todas as expectativas a não dar o assunto por encerrado...
Outro dados... (por exemplo):-
Possuo correspondência emitida, - entre outra - com data de 1973, em Luanda, declarando. à Direcção Provincial dos Serviços de Finanças (, em Angola), que eu (Armando José Carmo Ferreira Baptista) tem, exercido funções de chefia contabilista. neste Banco Totta-Standard de Angola, desde 24-8-66, e que no desempenho destas sempre tem demonstrado excelentes qualidades profissionais e de carácter.
Transcrição da carta subscrita por William Hastie e M Quartin Bastos, directores do Banco Totta-Standard de Angola, datada de 18 de Abril de 1975,, dirigida à Direcção Provincial dos Serviços de Finanças, Luanda:
"Vimos comunicar v. Excias., que o Sr. Armando José Carmo Ferreira Baptista, está integrado na linha da "DIRECÇÃO FINANCEIRA" deste Banco e que como Chefe da Contabilidade poderá subscrever os nossos Balanços."
Entretanto, dias antes da data da Independência de Angola, fui atacado por grave doença oftalmológica ( e não so´)...) que me levou a ter que comunicar à Direcção do Banco, que por não existirem médicos, na altura, em Luanda, que me pudessem tratar, teria que, urgentemente ser transportado por avião, com destino a Lisboa, para efeitos de internamente hospital pelo o que, me foi dirigida a seguinte carta ( curiosamente assinada, em 1975) pelo meu Continuo ( de tez negra ! )
Exmo. Senhor
Em resposta a v/carta de 6 do corrente mês, informamos que lhe é autorizada uma licença sem vencimento, para deslocação a Portugal a fim de ser presente a tratamentos de oftalmologia.
Quanto às despesas em principio, serão da v/ conta.
Agradecemos contudo, nos indique a data a partir da qual beneficiará dessa licença, bem como do prazo provável de duração da mesma.
Sem outro assunto de momento, somos com a devida consideração e estima.
(carta assinada)
Posteriormente à data da Independência de Angola não mais voltei a Angola (terra onde nasci há 90 anos) ,tendo mesmo da Embaixada de Angola, em Lisboa, recebido uma carta afirmando que a minha oferta de regressar a Angola, para trabalhar, não foi aceite...
Mais tarde, por um despacho Ministerial ( Dr. Saidi Mingas,). acabei por ser integrado, em Lisboa, no quadro de Pessoal do Banco Pinto &; Sotto Mayor, mas no nivel mínimo de admissão na Banca. tendo, a partir daí, vindo a colaborar , profissionalmente, em Empresas , sediadas em Portugal, de Capital elevado.
Par efeitos de apreciação, no acto de admissão em novo emprego, foi-me solicitada uma Declaração, emitida pelo Banco Totta Standard de Angola, que transcrevo:
DECLARAÇÃO
" ...Para os devidos efeitos declaramos que o Sr. Armando José Carmo Ferreira Baptista,, foi empregado deste Banco no período compreendido entre 18/7/66 e 1/11/75. Foi admitido para o pessoal Maior na letra F, e aquando da sua demissão (?) encontrava-se a exercer funções de chefia na letra A desde 1/11/70-
Nos nossos arquivos nada consta em seu desabono.
Luanda, 13/6/78.
Ass) Banco Totta-Standard de Angola.
DEP. PESSOAL.
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A despeito das imensas voltas e reviravoltas que a vida me tem " matraqueando" vou mantendo sempre o principio que sempre pratiquei de ser respeitador da toda a Sociedade, honesto, solidário, e sobretudo dispor de franca amizade, e amor, para com Todos com quem tenho convivido.
Mercê de circunstancias com que a própria Natureza nos empurra. algumas boas e outras menos boas, acabei por ser "catapultado" para a situação de Reformado Bancário, auferindo uma única pensão de reforma, a minima no sector Bancário.
A carta que o Banco Pinto &;; Sotto Mayor me dirigiu, foi nos seguinte termos:
Lisboa. 20 de Julho, 1982.
Exmo. Senhor,
Vimos pela presente comunicar.lhe que, face ao seu pedido, a que os nossos Serviços Clínicos deram o acordo, foi decidido colocá-lo na situação prevista no nº 1 da cláusula 138a, do OCTVSB, com efeitos de 01.08.82.( o pagamento mais baixo da Tabela de Pagamentos).
Sem outro assunto, e formulando votos das maiores felicidades futuras, somos com considerção,
Direcção de Pessoal.
Contudo. a 28. Fevereiro, 1984, recebi , do Banco Pito &; Sotto Mayor, como resposta a minha sugestão, a seguinte carta que transcrevo:
Exmo. Senhor,
Ref.a. Carta endereçada ao conselho de Gestao
em 30 de Novembro de 1983.
- Reforma por inteiro
Reportando-nos ao conteúdo da carta supra referida, informamos que o Conselho de Gestão em
21.02.84 indeferiu o pedido de consideração da reforma por inteiro.
Os nosso cumprimentos.
Direcção de Pessoal.
Devo, no entanto esclarecer, que, presentemente, é do MILLENNIUM BCP , que, mensalmente recebo o extracto onde vem mencionado o valor creditado da Pensão de Reforma.
Como divulguei a inicio deste blog, o Banco Totta-Standard de Angola, onde trabalhei e acabei por ser forçosamente exilado, nunca recebeu, de minha parte, qualquer pedido de demissão...
(continua)
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