Em recente blog, fiz algumas referencias a um Editorial que o jornal "Correio da Manhã emitiu, quanto ao seu 35 º aniversário,e, desta vez, volto à mesma programação, porque na P.14#15, o titulo "DO OITO AO INTENTA", despertou-me certo interesse, e, por tal motivo, venho expressar o seguinte:
Em Junho de 2012, enviei por e-mail:, ao jornal "Correio da Manhã" uma Carta Aberta", que passo de seguida a reproduzir, não na sua totalidade, mas apenas fraccionando alguns textos, devido a sua extensão. e que nunca fora nem respondido ou atendido, por quem deveria ter sido.
Como complemento esclarecedor, a questão foi baseada numa comparação de comportamentos de nível patriótico, que a historia registou, entre a imolação por dignidade e honra do General Silva Porto, em Angola, por se ter sentido traído pelo seu governo, imolando-se na Bandeira do seu País, e com uma pistola suicidou-se em cima de um barril de pólvora, que, ao invés, do comportamento de uma outra Entidade de nacionalidade portuguesa ( que é do conhecimento geral), espezinhou a Bandeira da sua própria Pátria- a Portuguesa, em território Estrangeiro...!.
Teor (parcial) da referida carta aberta:.
" Numa altura em que tanto se ouve falar de solidão e abandono na terceira idade, em que, volta e meia, lá aparece, quando os meios de comunicação social julgam adequado ( provavelmente quando não há qualquer escândalo com políticos ou celebridades de quintal a relatar) uma noticia de um idoso que faleceu em casa e lá permaneceu durante dias, meses ou até anos, é de valorizar todas as iniciativas criadas de molde a ocupar e integrar os mais ou menos idosos
As Universidades Sénior são um exemplo (bom) deste tipo de iniciativas integradoras. É, no entanto, desagradável verificar que nem sempre as pessoas envolvidas nestes projectos têm a preparação ou mesmo o perfil adequados para lidar com as especificidades das pessoas pertencentes às faixas etárias mais elevadas. Os mais velhos apresentam personalidades e necessidades próprias.
Vem isto a propósito de um episódio que se passou comigo. Estando inscrito numa Universidade Sénior, neste caso concreto na Universidade Sénior de Olhão, tive há algum tempo um desaguisado com um professor, devido a divergências de âmbito político. Esta situação surgiu na sequência de uma publicação que fiz num blogue que, apesar dos meus 84 anos, às vezes pesando bastante, faço questão de manter ( "Velho-Luandense"). A dada altura escrevi um inocente artigo em que relevava um acontecimento histórico ocorrido em Angola, terra de onde sou natural, com o General Silva Porto e em que, de forma subtil, exprimia a minha opinião, relativamente a outros factos da história nacional.
A minha intenção era pura e simplesmente divulgar o meu blog. Para tal utilizei como exemplo o artigo referido anteriormente (o caso do General Silva Porto, em Angola) e cuja impressão levava comigo. Confesso que a escolha do artigo foi aleatória, foi apenas um acaso o facto de o ter impresso e levado comigo.
O professor ao ouvir a leitura do mesmo pareceu entrar em estado de choque. Parece ter enfiado a carapuça num sítio, para ele, doloroso. Como podem verificar não referi nomes. Em histeria, o mencionado docente vociferava " NÃO O QUERO AQUI A FALAR DISSO, VOCÊ NÃO TEM NADA QUE VIR PARA AQUI COM ESSES ASSUNTOS...!!!" Fiquei surpreendido. Que eu saiba estamos num país livre e democrático onde podemos discutir civilizada e saudavelmente todos os assuntos, os que gostamos e que nos são mais queridos mas também, quando necessário, outros que não nos caem bem. E, sobretudo, respeitando sempre as opiniões alheias. Mais ainda, neste contexto ( uma Universidade Sénior) ter em conta o local e os interlocutores. Agora, voltámos à censura ? Ou a democracia só é invocada quando é conveniente?".
Não aceitei a atitude do professor, e disse-lhe, que afinal , tinha sido ele quem pronunciara o nome de "MÁRIO SOARES" , coisa que eu nunca tinha anunciado nem verbal, nem nos escritos, em relação ao que estava sendo discutido na referida aula.
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Esta é a minha história. Deixei de frequentar a Universidade Sénior. Felizmente não fiquei ao abandono. Tenho Família e Amigos que me apoiam e ajudam e com quem convivo diariamente. Claro que vou sentir a falta de professores e colegas, mas a minha dignidade está primeiro !!!
Haverá outros idosos, a quem possa ocorrer semelhante situação e para quem o convívio numa instituição similar seja todo o contacto que têm com outras pessoas. E esses, se por falta de sensibilidade, impreparação ou simples incompetência de certas pessoas, se sentirem obrigados a abdicar desse direito à sociabilizarão, esses sim, ficarão ao abandono. E um dia, pode ser que apareçam no noticiário...
Tá?"
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