De entre a vastíssima documentação que obrigatoriamente nos é imposta, pela lei, e que, de tempos em tempos terá que ser sujeita a periódicas renovações, enquadram-se as cartas para condução automóvel, que terão que ser sempre resguardadas nos nosso bolsos, e mantidas em nossa companhia permanente durante todo o percurso da condução, cuja circulação, na estrada, é comandada através do volante que mantemos entre os nosso dedos das mãos. Ao conduzirmos um carro, na via publico, temos que estar permanentemente atentos ás manobras dos tripulantes vizinhos, que se cruzam connosco...
As cartas que permitem conduzir qualquer viatura, como se sabe, são adquiridas só após prévios exames de condução, e se resultarem numa aprovação, concedida pelos examinadores..
Tive a felicidade de logo ao primeiro "apertado" exame, quando tinha 18 anos de idade, ter sido APROVADO, em Luanda (Angola), em que a circulação automóvel, era orientada por sinaleiros muito competentes, fardados, e, por vezes, belos dançarinos, que com os seus apitos, sobre barris pintados a branco, impunham o respeito aos condutores desatentos às boas regras de circulação automóvel, em curso na altura, em Angola...
Escusado será de dizer, que enquanto jovem e. solteirinho, alinhei em muitas aventuras de corridas e "passeatas" em velozes automóveis, e sempre fui um bom condutor, pois, Graças a Deus, nunca sofri quaisquer acidentes e jamais provoquei problemas de trânsito a terceiros, a despeito de ter feito milhares e milhares de quilómetros de condução por África, Brasil, América do Norte e Europa.
Recordo que, uma vez, em Londres, a Polícia mandou-me parar, não para me autuar, embora a condução fosse efectuada pela esquerda, mas para me orientar, pois pressentiam que eu ia no caminho errado. Efectivamente tinham razão, pois o meu objectivo era apanhar um barco acostado a Sul, e eu ia já a muitos quilómetros erradamente rumo a Norte....
Agora, no meu final de vida, habituado que estava nos meus 40/60 anos a andar sempre muito acima dos 100 quilómetros à hora, para renovação da carta, houve necessidade de apresentar um Atestado Médico a comprovar que ainda possuo aptidão física e mental para a condução de veículos, mas com uma restrição... nunca ultrapassar os 60 kms/hora (sessenta quilómetros à hora)...
Calculem agora a "bicha" que se irá formar,e as buzinadelas que terei que suportar, no dia em que me meter à estrada com o meu carrito, numa via em que só haja dois sentidos. É que se eu detectar que o velocímetro já tem os ponteiros nos 100, serei logo preso e... sabe-se lá, até ... ser executado !. (Passe a gracinha...)...
ANGOLA, é a Terra que me viu nascer, em Luanda, a 12 de Abril de 1928. Meus saudosos Pais, e Avós, criaram-me desde a minha infância, tanto em LUANDA, como em Cabinda, Santo António do Zaire, Malanje, Benguela, Lobito, Novo Redondo, Sá da Bandeira, Moçâmedes, Porto Aboim, em que chegamos a viver.
Lembro-me que, na cidade de Luanda, onde a maior parte da minha vida (em África) foi ocorrida, tanto como estudante como já na qualidade de eficaz Trabalhador, cidade onde tive o grande momento de alegria de celebrar, religiosamente, um casamento que durou sessenta anos de bom e feliz convívio matrimonial, que a morte, mais tarde, ceifou, já em terreno Algarvio (Olhão).
Numa data em que nunca ouvi ninguém que tivesse vindo da Metrópole, queixar-se ou ter-se arrependido de ter cruzado o oceano Atlântico para desembarcar no porto de Luanda, procurando melhores condições de vida, convivi com milhares e milhares de Pessoas, sempre em ambiente muito fraterno, e, ao início da actividade laboral, ainda solteirinho, com os primeiros "Escuditos " (Angolanos) ganhos com o produto do meu ordenado, comprei o automóvel, em segunda mão, acima fotografado, com o qual ganhei vários "rallies" que se iam organizando numa época em que toda a gente se abraçava sem se amedrontar com a génese politico-governamental !...Eramos todos amigos uns dos Outros !...
Tá?!...
Sem comentários:
Enviar um comentário