Daqui a dois anos, completarei ( se ainda for vivo, claro !) 90 -noventa- anos de idade, Português de Angola, com um curriculum laboral assente sempre nos principios da dignidade e da honra ( documentalmetne comprovado), reformado do sector bancário, dou muito apreço a todas iniciativas que conduzam a juventude a compartilhar, sob o signo da liberdade e respeito, a convivência humana.
Sem que represente qualquer fim moralista, ou prejudicial, recordo um exemplo da dignidade patriótica assumida por um militar português, em Angola, que por se ter sentido traído e atraiçoado, enquanto lutava pelos legitimos direitos que assistiam a Portugal , por um execrável acordo, o Ultimado Inglês, que ofendia a legitimidade da presença portuguesa em Africa, imolou-se com a bandeira nacional , suicidando-se com um tiro de revolver sobre um tambor de pólvora em que se sentara. Esta figura historica era natural do Porto. Esta força moral deveria ser impregnada à actual Juventude, sem que contudo se enalteça igual meio que foi utilizado pelo distinto oficial - o suícidio.
Vive-se, presentemente, uma época em que, diariamente, pela imprensa falada e escrita, confrontamo-nos com acções de indisciplina colectiva, animosidades profundas e actos de vandalismo e agressividade, por vezes mortais. Vai-se notando que, não raras vezes, o efeito do consumo da droga, é o principal causador das "intempéries" que resultam em mortes violentas. Que me desculpem, pois semnpre fui contra a punição através da pena de morte... mas o enforcamento dos que praticam o "negócio" das drogas, os chamados " traficantes," seria talvez uma medida a ser "repensada"...
Já que abordei temas que abordam tanto a violencia como a benevolencia e dignidade, vou contar uma cena que se passou comigo, há poucas horas, e refletem bem que , no meio disto tudo, ainda existem pessoas que, pela sua actuação bem demonstram serem capazes de eliminar o factor da indiferença praticando actos de elelevada fraternidade e respeito pelo próximo.
Num dos modernos estabelecimentos que vão surgindo para benefício da população consumidora, pretendia adquirir uma determinada embalagem contendo um tipo especial de bolachas que suavemente se dissolvem na garganta. Mas, senti uma grande dificuldade em identificar a marca pretendida, e, tendo entre mãos uma embalagem vazia, demorei imenso tempo em entrar em acção. Repentinamente, um eventual cliente, que se puzera a meu lado, lançou o seu braço e, sem esforço algum, retirou e colheu a mesma caixinha de bolachas , a única, em que eu estava interessado. Meu pensamento:- ora bolas, levei tanto tempo a decidir quanto a escolha da caixinha , até que este Senhor Cliente, a meu lado, se adiantou e antecipando-se ficcou com ela para si.
E é então que surge a surpresa:- o tal Senhor ( era um casal estrangeiro), e dirigindo-se-me em lingua inglesa, deu-me então a seguinte explicação:- Reparando na amostra que o Senhor tinha entre mãos e, notando a sua dificuldade em se decidir, tomei a iniciativa de recolher a embalagem , lá no alto, que o Senhor iria pretender e fique com ela, e desejamos-lhe as maiores felicidades.
Que grande atitude assumida por um Estrangeiro desconhecido. Será que entre Nós (portugueses) semelhante comportamento de fraternidade e compreensão seria o mesmo ? Yes or Not ?!...
A caixinha estava lá no alto das prateleiras... |
São docinhas e muito suaves para os meus desgastados dentes... |
Tá?!..
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