Culto pela profissão - Carta aberta à jovem enfermeira Daniela.

Nesta solarenga manhã de verão, dia 6 de Agosto de 2015,  em que se celebram  70 anos do desastre de Hiroshima, a primeira bomba atómica que soterrou milhares de seres humanos apenas em  breves minutos. Recordo um cenário que pude assistir, quando vivia em Luanda, que foi o seguinte:A horrorosa  notícia ia-se espalhando ,  rapidamente, pela rádio,  por todo o hemisfério.  A intensidade dos relatos foi a tal ponto, que uma sobrinha minha, ainda  jovem,  enfermeira, ficou  de tal maneira impressionada, que acabou por  se dirigir  à Embaixada Americana,  em Luanda, afim de oferecer o seus serviços,  dentro  da área de enfermagem, afim de  se integrar  e  responder  ao pedido de auxilio  solicitado pela Embaixada, afim de socorrer, na medida do possível, eventuais  casos, que tenham atingido residentes  estrangeiros,   que eram muitos,  e que viviam em Angola, a despeito da guerra.

Uma legenda que  me surgiu ao abrir o computador, levou a pensar no seguinte:

E adiciono que,  para além de ter que possuir o DOM, é necessária  a coragem, e sobretudo, uma visão muito especial, de solidariedade e a capacidade de poder  mitigar, a tempo, o sofrimento  e a dor que sentem, e caustica, os doentes.

Pois bem..

Em períodos de  uma  solidão  psíquica que  levam  a ressurgir uma profunda saudade do belo ambiente matrimonial  precedente  de um bom convívio que tive sempre  com  a minha  Mulher,  Alvarina Teresa,  que já partiu para a Eternidade, sento-me à mesa de uma esplanada, ao ar livre,  acompanhado pelo meu fiel  amigo, de quatro patas, Pelinha,  e fico apreciando o ambiente que  me rodeia.

Nisto, sinto que se aproxima uma Gentil Senhora, acompanhada pela filha (que é Enfermeira), e, sentada numa cadeira de rodas, a Digna Avó da Enfermeira, que igualmente toma lugar à mesa, onde todos  se aconchegam. Aproximo-me de  tal  Grupinho, que é um encanto, cumprimento e, a convite, sento-me depois  à  mesma mesa. Conversa, puxa conversa, e...   noto que a encantadora Enfermeira.  DANIELA,  olha com atenção para os meus braços e  exclama... "O Senhor tem umas mazelas nos seus  braços que precisam de tratamento adequado."....

Sorri-me e agradeci-lhe a atenção dispensada, com tanta gentileza, só que, a recomendação que me fizera, naquela tarde,  de ter que ingerir diariamente sete copos de água,  fez-me calafrios, pois,  no  encontro que se seguiu no dia imediato,  fez-me a seguinte correcção: " Em vez de sete, terá que beber, oito copos de água"...

Ressalto  a gentileza e atenção que uma especialista em Enfermagem  me dispensou num simples encontro, tomando em conta a sua capacidade, nobreza de actividade e competência ...para socorrer os que, da actividade  da sua nobre profissão (de Enfermagem), são muitas vezes salvos de mortes horrendas.

BEM  HAJA, POIS  ... JOVEM   ENFERMEIRA   -  DANIELA "...

A mesa das reuniões...e o panfleto com  as recomendações!.

O Pelinha e o braço doentio do  Autor... Armando Baptista.

Tá?!....

Complemento:

Querida e Gentil Senhorinha, Enfermeira, Daniela

Após ter terminado este blog, que lhe dediquei, ontem, pelas 21 horas, a RTP divulgou um programa  invocando os horrores, consequentes, do histórico bombardeamento sobre a  cidade de Hiroshima, no  Japão, executado às 8h15 do dia 6 de Agosto de 1945, em que, pelos menos mais de mil pessoas morreram logo ao primeiro clarão provocado pela bomba de urânio (chamada a  bomba atómica) lançada do bombardeiro americano B-29, pilotado pelo Coronel Paul Tibbets, cujo oficial batizou a aeronave de "Enola Gay", para homenagear a sua mãe, progenitora, dona-de-casa da Florida.

Que Nossa Senhora a proteja, querida e jovem   Enfermeira, DANIELA, de a livrar  se algum dia tiver que cuidar de vitimas que tenham sido afectadas por acontecimentos semelhantes aos que ontem, pela TV, tivemos a oportunidade de assistir pela via informática. Simplesmente horroroso!...

Sabemos que a vossa missão é tratar de doentes, de qualquer origem,  e que  a vossa dedicação transcende qualquer tipo de ofertas  de mordomias intencionais, pois o vosso puro  esforço, e amor,   de bem quererem  salvar os que  se dirigem  a Vocês,  a  solicitarem  um pedido socorro, está sempre presente  no vosso bom coração e nas Vossas ditosas mãos, de dignas  Enfermeiras, que sejam sempre  abençoadas por Deus.


Daniela, sou um veterano idoso (agora viúvo) , que ao longo da sua vida,  com perto de 90 anos,  teve bons, muito bons, menos bons, e por vezes cáusticos momentos na passadeira da vida, mas sempre integro, honesto, respeitador e não raras vezes, até,  um pouco "resmungão, como o "Velho do  Restelo"...

Não seria gentil, se me tornasse indiferente à sua amável e instantânea atitude, em ter reparado, durante um simples convívio amigável, entre Amigos, que eu tinha uma "arranhadura" num braço, e que não me isentasse de beber sete (mais tarde oito..) copos de água por dia, e se  não  a  correspondesse a tamanha  recomendação   vinda  de uma SANTA ENFERMEIRA, CHAMADA
           

DANIELA,

 e...
se me esquecesse de lhe compensar com um "chorudo  ordenado" como este que, simbolicamente,  lhe ofereci... (digo, lhe paguei).. ahahahahah !

O ordenado , sem o décimo terceiro mês...

Do Sénior e respeitador Amigo,

Armando José Carmo Ferreira Baptista.

(Olhão) .

A linda Enfermeira, Daniela, a quem dou os meus parabéns pela sua gratidão.

Olhão, 8 de Agosto de 2015.