Ontem conversava com uma pessoa Amiga que não via há mais de um ano, consequência da sua emigração para o Canadá, quando, a dado passo dessa pessoa se me dirige nos seguintes modos: "Sabes, Armando, a maior diferença entre Portugal e o Canadá é que lá as pessoas evoluem, têm vontade de aprender, enquanto aqui as pessoas andam de um lado para o outro mas na verdade estão paradas, sempre à espera que alguma coisa caia do Céu, de algum subsídio. É a diferença entre a vida e a morte, literalmente".
Vem isto a propósito da passividade do povo portuguès, seja em relação ao que for (menos o futebol, Fátima e fados), que gosta de assobiar para o lado enquanto tudo à sua volta se desmorona, desde que o seu pedacinho do Céu, ou de inferno, se mantenha intacto.
José Sócrates foi preso. Em vez de ouvirmos elogios à coragem da Justiça (não deve ter sido fácil prender um ex-primeiro ministro, um homem naturalmente influente) temos, isso sim, ouvido pessoas que deviam ter juízo a achincalhar e até a ameaçar publicamente o Juiz responsável pelo processo.
O BES faliu. Não há culpados. Os gestores geriram bem. Os controladores controlaram bem. Até o Presidente da República que, pouco tempo antes da falência do Grupo, veio defender publicamente a viabilidade do Banco, juntamente com o Presidente do Banco de Portugal, defenderam bem. Os clientes, esses que se lixem !
O último caso dá eco de depósitos milionários numa filial suíça de um banco inglês (HSBC). Aparentemente figuras proeminentes da sociedade portuguesa como Américo Amorim mas também desconhecidos como a DONA DE CASA Sílvia Ruivo Caçador, que acumulou US $252.7 milhões. Estes dados são provenientes de um artigo de autoria do jornalista angolano Rafael Marques, publicado no site Maka Angola. Entretanto o Fisco Português já está de olho neste e noutros bancos suiços, uma vez que este poderá ser um esquema, bastante elaborado, diga-se, de fuga aos impostos, com movimentação de dinheiros entre diversos paraísos fiscais. Aqui colocam-se várias questões: ao que pudemos apurar as contas no HSBC resultam de vários códigos que vão sendo gerados ao longo do percurso que o dinheiro faz pelos diversos paraísos fiscais até chegar à Suiça. Assim, pelo que entendemos, tais quantias poderão, de facto, não pertencer às tais Donas de Casa. A ser assim, o jornalista incorre no crime de difamação. E se não é destas pessoas, de quem é o dinheiro ? Por outro lado, confirmando-se a propriedade do dinheiro, como se justifica que Donas de Casa e Agricultores, com todo o respeito que merecem, tenham acumulado fortunas no valor de milhões de Euros ? E mais, como poderão tais valores terem passado despercebidos ?
Ainda mais desenvolvimentos são de aguardar. O meu velho faro de detective contabilista vai voltar à acção.
Tá?!...
PS - A titulo de mera curiosidade, e alguma coincidência, tomei conhecimento que, sobre este mesmo assunto, a RTP1, às 21 horas desta sexta-feira, dia 13 de fevereiro (do azar), irá emitir um programa que está a provocar a curiosidade dos seus telespectadores. Aguardemos, pois...
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