O último e definitivo adeus, Mário...

Termina hoje o luto nacional  a propósito da morte e respectivo funeral de Mário  Soares.  De notar que ao longo destes três dias,  ao contrário do restantes trabalhadores portugueses,  os deputados da Assembleia da República  interromperam  os trabalhos,  quem sabe devido  à  depressão    resultante da morte daquele a quem chamavam  "Pai".

Assistindo às cerimónias nos diversos  canais televisivos,  duas palavras se intrometem:  Cinismo e Hipocrisia. Cinismo porque apenas recordam, em tudo o que tivesse a ver com Mário Soares,   as boas acções, esquecendo que como ser humano que era cometeu muitos e grandes erros. Hipocrisia porque muitos dos que elogiaram agora o ex-presidente eram em vida os seus maiores críticos.

Depois,  todo aquele exagero. Quantos morreram pela Pátria e viram o seu corpo esquecido em campa rasa,  ignorado por todos. Tanta pompa e circunstância,  palavras e mais palavras,  a filha homenageando o Pai com um discurso em francês,  quem sabe para que ninguém entendesse verdadeiramente o que dizia...

Soares dizia-se laico. Renegando a  Deus,  dizia não acreditar na religião,  ignorando a Fé de milhões de portugueses,  e não só. Daria tudo para saber o que disse a Deus,  Nosso Senhor,  quando há três dias foi chamado à Sua presença. Imagino que ainda agora deve estar a dar explicações,  fazendo uso  da sua proverbial e bem conhecida retórica.

Paz à sua alma. Errar é humano,  perdoar é divino. Ide  em PAZ,  e que o Senhor  Te acompanhe,  Mário. Estás perdoado.

Tá?!.

Emitido pela RTP

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