terça-feira, 12 de dezembro de 2017

12 Dezembro 1953 - versus ... 12 Dezembro 2017 !



12 de Dezembro de 2017...

Cemitério de Olhão.


12 de Dezembro de 1953:

                                       Nesta data, Eu e a Alvarina Teresa,  ambos trabalhávamos   na mesma Empresa, sediada em Luanda, Angola, a SOREL, representante da Caterpillar, na qual  fui admitido quando ainda tinha 18 anos, onde trabalhei 15 anos, exemplarmente, e mais tarde, já depois de ter  casado, acabei por exercer funções  administrativas, noutras Empresas, inclusiva Bancárias.

                                        Nos nossos encontros diários (entre mim e a Alvarina) nos  escritórios onde ambos exercíamos as nossas actividades laborais, as nossas saudações limitavam-se a cumprimentarmo-os  com um simples "Bom dia... como está?" e não passávamos disto.  Eram  inúmeros os Colegas, também jovens, na altura, que se interessavam em falar com a Alvarina, por  questões amorosas, às quais a Alvarina não lhes ligava a mínima importância...

Certo dia, a Alvarina  Teresa, aproximando-se de mim faz-me a seguinte pergunta... "Colega Armando Baptista, sabe dançar ?...

Respondi-lhe que  "Não !..".

Face a minha resposta, a Alvarina  convidou-me, então, a , naquela noite festiva, ir ao  bailado que o Hotel organizara, pois ensinar-me-ia, então, a dançar a valsa e o tango...


E foi, assim que, a partir de então, ficara assente a data do nosso breve casamento...

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E passemos, agora, então à  outra  face de  uma nova vida... mas já como casadinhos..

Capítulo da data 12 de Dezembro de 2017...

Estou escrevendo a fase final deste meu blog, porque, como devem entender, o  objectivo que me assola a mente é querer  desigualar os momentos vividos, comparativamente, quanto ao que  apresenta a diferença de datas, enunciadas acima ... São já decorridos 12 anos entre as figuras aqui representadas.  

Hoje, 12 de Dezembro de 2017, fui levar o meu ramo de flores, à sepultura da que mais Amei na Vida, com quem finalizei um enlace matrimonial, que durou mais de meio século, de amor e felicidade, celebrado em Luanda, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

64 anos de um feliz casamento....

7 anos de saudade, choro e tristeza...

Foto com a aliança de  casamento., do  Armando..




                                                        PAZ À  SUA  ALMA...

Armando. (90 anos de idade). Aguarda  que Deus o chame.  




Armando.


Já agora, aqui vai mais um pequeno relato, de que  seria vitima este Armando ( Autor do blog), quando embarcou, em Luanda,  num avião  que o transportou ao  aeroporto de Lisboa,  afim de ser  internado num Hospital  em Lisboa, devido a uma emergência   no aspecto de saúde que o atacou,  um pouco antes de se ter iniciado a  constituição da independencia de Angola. A ausência de médicos da especialidade,  naquela  data, , assim o obrigara.

Como tinha familiares a trabalhar  na TAP, em Luanda, na   altura,  foi-lhe facilitada a entrada no avião,  sem ter passado pelo shek in ( controle de passageiros), e...lá segui sentado no interior do avião, ao lado de seiscentos passageiros  cujo  destino era também Lisboa.

A viagem  correu sem problemas ... mas...

...no dia seguinte ao desembarque, em Lisbpa,  um dos meus familiares, tripulante  da aeronave,  veio contar-me  que o comandante,  piloto do avião, seu amigo,  lhe relatara que, acabara de ter recebido uma ordem, emitida pelos serviços aéreos de Luanda, de que voltasse de imediato ao aeroporto de Luanda, antes de aterrarem  em Lisboa , pois tinham recebido ordens do Governo de Transição, para regressarem de imediato a Luanda,  porque a bordo daquele avião seguia um passageiro  com quem precisavam de  contactar., ao que o comandante respondeu, que devido a  falta de  gasolina, a bordo,  era-lhe impossível obedecer a tal ordem  emitida  de Luanda....

E querem saber quem era o passageiro,  que transportavam  a bordo,  com quem queriam contactar, afim  de o prenderem  ?---

                                                             Era  Eu ... ( o autor deste blog) .







Última hora:

                          Quando fui  à  simpática cabeleireira, aqui  em Olhão, Dona Lídia, para cortar o cabelo, senti da parte desta encantadora Senhora Cabeleireira, enquanto conversávamos, um tom de voz, da parte dela, vindo da sua boca, com uma intensidade tão suave, atraente e  fraternal, que, não encontrando explicação, tive a sensação de ter estado a ouvir a mesma intensidade e semelhança   de um  calor  encantador  com que ouvia as palavras da minha querida e saudosa Esposa, Alvarina Teresa. sempre que trocávamos  as nossas conversações.  Parecia ter sido um milagre... Há coisas neste mundo inexplicáveis...

Ofereci-lhe, depois,  por gentileza, um respeitável ramo de flores...

 A Alvarina, em Angola, acompanhava-me nas pescarias..



Alvarina Teresa


Era chefe de Escritório, na Sorel, em Luanda.


A minha saudosa e muito querida colega de escritório, e, mais tarde minha muito querida e saudosa Esposa, com quem me casei, religiosamente, em Luanda (Angola), tinha chegado naquela  altura,  vinda  da Metropole, a pedido de um seu  Familiar que lhe arranjara um emprego  em Angola,  onde esteve empregada,  na dita Sorel, onde chegou a exercer  um cargo de Chefia, a pedido dos Chefes Máximos,  Sebastião Pombal e Paço d'Arcos (os donos), pois as suas capacidades de trabalho, e mérito tinham sido, de imediato reconhecidas. Esta minha muito querida e Santa  Mulher, despediu-se de mim, numa manhã em Olhão, a meu lado, onde vivíamos com um simples, arrepiante e intimo...."ATÉ SEMPRE".. após um enlace e feliz  matrimónio, que chegou a ser quase que centenário. A minha saudosa Mulher era natural da cidade do Porto.

E, já agora, mais um conto, ocorrido durante o tempo do  painel das desgraças, consequente da "Exemplar Descolonização".

Do nosso casamento,  ao longo  dos felizes tempos, de paz,   que, inicialmente,  se viveram, em Angola, quis Deus que, entre outros casos medicamente específicos, tivessem nascido em Luanda,  dois  Filhos: um Rapaz e uma Rapariga, que, Graças a Deus, ainda convivem, embora  afastados geograficamente, comigo, aqui em Portugal.

Mas o que se  passou foi o seguinte:

Estávamos,  na nossa residência,em Luanda,  Eu, a minha Mulher e o meu Filho, sentados ao redor da nossa  mesa a tomarmos o pequeno-almoço, e preparávamos   para, após o café-com leite, metermo-nos  no nosso Morris e seguirmos para os nossos locais de trabalho. Quanto à minha Filha, esta  já tinha partido, de madrugada, para o local  onde trabalhava, no aeroporto da TAP.

Seriam talvez oito horas da manhã, quando, subitamente, começamos a sentir grande alvoroço perto da nossa  porta, e ... o que nos passava junto as nossas cabeças eram balas que estavam entrando, partindo os vidros das  janelas, e... por sorte nenhuma das balas nos acertara. 

Assustado com tanto barulho, levantei-me e dei de caras, na rua, com homens armadilhados, com dizeres da UNITA e MPLA, que procuravam, entre si, lutando, um certo funcionário  bancário, que ali morava, com quem queriam ter contactos relativos às negociações do novo Governo de Transição.

Ora, o único Bancário que ali residia, era... EU !..  Por isso,  peguei no Filho e na Mulher, e de imediato conduzi-os ao aeroporto de Luanda, onde adquiri doisbilhetes de avião que lhes deram acesso a serem conduzidos a Lisboa, por via  aérea. Comprei Bilhetes, horas depois,  com direito a Ida e Volta (Luanda/Lisboa/Luanda), que ainda os possuo, pois jamais houve regresso a Angola, para estes dois Familiares. 

Eu fui, mais tarde,  momentos antes da Independência, metido num avião, em Luanda,  que me conduziu a Lisboa, por razões de grave saúde, de que fora momentaneamente atacado, para ser internado num Centro Hospitalar, pois na altura não existiam médicos, em Luanda, para a especialidade acometida. E... também... nunca mais regressei à minha Terra Natal. ANGOLA...

(Possuo documentação comprovativa.)


Tá?!...

14/12/2017 -  O que motivou a publicação deste blog que de um momento para o outro, ou seja em poucas horas, o número de visitantes da sua leitura, subiu de tal forma, rápida e  tão surpreendentemente, que me surpreendeu, pois não é isto que acontece em relação a publicações anteriores. Pela primeira vez... até parece ter sido uma corrida a cem à hora  !...

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