Já perto da meia-noite, uma estação de rádio, emitindo sons musicais, a certa altura anuncia que os ouvintes iriam ser deliciados com uma música, que estava a ser preparada e seria transmitida dentro de momentos.
Face a esta chamada de atenção, despertou-me curiosidade em ouvir tal som musical, que acabava de ser anunciado; tratava-se da emissão de um disco, em que fora gravado um fado cantado por Carlos do Carmo.
Com efeito, a música era excelente, e, então interpretada por tal famoso Cantor, foi um êxito, cujas letras eram iniciadas com o seguinte verso:
"Se deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era
Por morrer uma andorinha
Não acaba a primavera."-
Bonito, sim senhor!
Mas, o reverso da medalha, também assenta numa inversa perspectiva (sem sentido derrotista).
Para quem acabava de ter perdido, por falecimento, o que mais precioso tinha na vida, a saudosa Esposa, a versão, então, assentaria numa versão dentro do seguinte pensamento e alma:
...Deixaste de ser minha, (por falecimento, partiste da Terra a caminho do Céu )
Deixei de ser quem era.
Por ter morrido a andorinha
Acabou-se-me a Primavera...
Não se pretende estabelecer nem critica derrotista, nem enfático deslumbramento. É por isso o recalcamento que assenta nesta vertente mórbida: «... a dor, altera tudo na vida, quando a ferida atinge o palpitante coração! Destruindo-o!...»
Tá?!...
Senhor Armando: Toda a medalha tem reverso. O seu coração está partido, mas não destruído. Ainda bate, triste, solitário, mas bate. Faz trabalhos válidos. Tenta e consegue viver. Nada substitui um grande amor. Mas pense que onde quer que ela esteja, sente o mesmo.
ResponderEliminarSe lhe sabe bem falar dela, faça-o. Eu estarei aqui, para o ler e entender.
Com um abraço amigo da Maria.