Presentes no debate estavam representantes das Universidades, dos Estudantes, de defensores e críticos a esta prática tão enraizada nas tradições académicas.
Nos últimos anos temos, no entanto, vindo a assistir a um aumento de denúncias de práticas de praxes que, para além de indignas, colocam em risco a saúde e mesmo a vida de Estudantes acabados de ingressar no ensino superior. No referido programa e de uma forma geral em toda a comunicação social muitas razões para tal têm sido apontadas e que vão desde a simples estupidez natural, até ao desejo de vingança pelas humilhações sofridas aquando da própria praxe, ou ainda a um clima de medo e pressão, justificados pela necessidade de integração num novo grupo.
Muitos falaram, mas pareciam a medo. Gostaria eu de lá ter estado e, levantando a mão, solicitaria uma intervenção:
"Caros Senhores, foi com atenção que ouvi as vossas doutas opiniões. Estranho, no entanto, ninguém se ter atrevido a pôr o dedo na ferida, referindo o que, verdadeiramente, motivou este programa, ou seja, a morte de seis jovens vítimas, tudo indica, de uma qualquer estúpida praxe. Parece-me importante admitir esta possibilidade, face às informações disponíveis e que, cada vez mais, nos levam a pensar que não se tratou de mero acidente. Chamemos os bois pelos nomes, em vez de rodeios e rodriguinhos que não nos levam a lado nenhum...".
Talvez seja o destino do nosso Portugal, o medo de encarar a verdade e assumir o erro. Procuramos sempre fugir com o rabo à seringa, sacudindo a água do capote e esperando que passe a borrasca. Esperemos que, mais uma vez, a culpa não morra solteira e que justiça seja feita à memória de seis Jovens, com a vida toda pela frente, e que deixaram órfãos Pais, Irmãos, Amigos e Namorados ou Namoradas...
Que Nossa Senhora proteja aqueles que o Homem não soube proteger..
(Da Universidade do Algarve - Faro |
(Outras intervenções ) |
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