Da minha caixa de surpresas infinitas continuam a surgir pedaços que tento juntar a um ritmo frenético, mas nunca suficiente para acompanhar a avalanche de ecos quase imemoriais de memórias que me assaltam a todo o momento.
Hoje, com mil e vinte e seis meses de idade, com os segundos sempre a contar, recordo os que já partiram, revejo os que cá estão e assisto à chegada dos que vão chegando. Junto tudo e sai muito. Por muito que procure, encontro sempre mais.
O alegre encontro/reencontro com familiares que, por via da própria vida, se encontram espalhados por todo o Mundo, parece ter despertado ainda mais a sede de lembrar, rever e voltar a registar com receio de algum dia vir a esquecer...
Ao reler velhas cartas sou direccionado para imagens mentais que procuro materializar em imagens reais. Agarro nos meus "caixotes" e lá está aquela foto ou aquele filme com aquela imagem que vagueava pelas curvas quase insondáveis de um cérebro naturalmente cansado. Mas não desisto. Para que todos se lembrem de ontem e de hoje no amanhã, alguns terão que assumir o papel de cuidadores de memórias. É assim, com modéstia mas com empenho que vou juntando as peças de um puzzle interminável.
Desta vez juntei umas quantas imagens, esperando que alguém se lembre de outro alguém e que faça despontar uma nova história para ser contada e recontada.
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