"Nas nuvens...
Olho pela janela e vejo o céu carregado de nuvens cinza e, de quando em vez, um raio de sol espreita timidamente... Aqui, frente a este monitor faço aparecer, como que por magia, palavras e imagens, memórias de sempre que nunca se apagarão."
..." Ao reler velhas cartas sou direccionado para imagens mentais que procuro materializar em imagens reais..."
Nem de propósito! À tardinha, já com um sol "radioso", ocorreu-me a ideia de "vasculhar" papelada, que há muito conservo num dos meus privilegiados "caixotes das divinas lembranças", e reparo em determinada cartinha, que uma saudosa prima me enviara, em Outubro de 2008, da qual destaco, apenas, a seguinte passagem do seu texto. até porque foi com todo o carinho que a guardei, atendendo que a querida e saudosa Autora (Maria João) nascera na nossa antiga Índia Portuguesa.
"Penso que com a colaboração de todos os Primos vamos conseguir um resultado interessante para netos e bisnetos... Já não digo que consigamos ter tantas histórias sobre Carmo Ferreira como o Agualusa que no livro "A Conjura" começa com um poema do Tio Lourenço e termina com a morte de outro parente imaginário..."-
De há muito que procuro esta obra literária, na medida em que o nome de Carmo Ferreira, que entre muitos outros,surge permanentemente em contos vividos em terra Angolana, e relatados nesta valiosa e surpreendente obra , de que não me canso de reler, após te-la adquirido, muito recentemente.
Parabéns ao Autor de obra tão encantadora. Ambos somos angolanos...
Dou destaque, ao soneto subscrito por L do Carmo Ferreira, 1902 (que presumo seja Lourenço do Carmo Ferreira), e que presumivelmente possa ter sido um meu louvável ... tio-bisavô !...
"Luanda é boa: não vem cuco que se não transforme em andua..." ( provérbio luandense).
"[...]
Eu vi, sonho sublime! - em célico clarão!
ressurgir Angola em meio da escuridão!...
Oh! Fontes, ao clarão de uma aurora virginal,
vi realizar-se o teu íntimo ideal "
Vi então Angola das vascas dàgonia
erguer-se esplendorosa à luz de um novo dia
reinava a harmonia; o sol da igualdade
já de luz, inundava a livre humanidade
E que belo deve ser para o peito angolano
ver vingar o Direito e a queda do tirano?
tudo isto antevia no sonho fabuloso
envolto num clarão, etéreo, luminoso.
Porém quando acordei a negra realidade
mostrou-se bem crua: nula era a igualdade
utopia o Direito e zero a Liberdade ! [...]"
Tá!...
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