Pois, se assim é, aqui vai um "contosinho", talvez com uma mistura romanciada, que, em Angola, na idade em que, nós, os "miúdos" para irmos à caça, tinhamos que ir munidos de uma boa "fisga", pois, o objectivo era apanharmos alguns pardais, ou periquitos, que e encontrássemos no caminho, cheio de lama , que as fortes chuvadas provocavam. Quanto ao uso de armas de fogo, nem pensar, porque, essas, só os militares é que as usavam. Além do mais, na data, cada um de nós , infantis, tínhamos uma dimensão muito menor que qualquer arma de caça , à venda nos estabelecimentos apropriados nesta matéria....
Sentiamo-nos, nas nossas aventuras infantis, uns ferozes caçadores, mas, tremíamos de medo assim que sentíssemos, e ouvíssemos, entre o espesso capim, um simples zurrar de qualquer burrito, que estivesse por ali a pastar...
Evidentemente, que os nossos Familiares, adultos, vigiavam-nos, mas, como é do conhecimento geral, os campos, mesmo os do tipo da selva, em Angola, são muito vastos e longos, e estendem-se quase que até ao fim do mundo - são himbondeiros , com as múcuas- cajueiros .- espinheiras - palmeiras espinhosas, etc...
Um dia, somos surpreendidos, com um estranho barulho notando-se que a uma distancia era visível um " rodopiar" entre o alto capim, que nos assustou... e, a conselho, reunimo-nos todos, de imediato, aguardando os futuros acontecimentos..
A uma distancia que se perdia de vista, havia uma fazenda, de um próspero comerciante que tinha grandes negócios, que incluía transacções de animais vivos, como vacas, bois, cabritos, cavalos, etc.
Nisto, repentinamente, fomos todos surpreendidos com a aproximação de um majestoso cavalo que perseguia um pequeno veado, que fugia à sua frente, e , perdemo-los de vista, de seguida.
Já são passados muitos anos, mais de setenta, mas ficou-me na memória um espectáculo impressionante, que, procuro reter em imagem fotográfica, como a presente...
A vida real também tem disto... os "Poderosos" tentando "comer" os...
Tá?!...
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