Em espiral enroscada como o caracol, não me saem do espírito, as epopeias que vêem contadas na obra literário , " A Conjura", que o meu compatriota, José Eduardo Agualusa, publicou há tempos, relatando factos e feitos ocorridos, num distante passado, na ditosa terra africana - ANGOLA .
O nome de Carmo Ferreira, que frequentemente , nesse livro, é reportado, emocionou-me de tal forma, pois creio reconhecer a postura de heroísmo e dedicação que vêm relatadas e que foram praticadas por tal eminente Figura, em terras de Angola, em virtude de um ardoroso e feliz convívio que, em Angola (terra do meu nascimento), cheguei a ter, na minha infância, com o meu patriótico Avô, que se bateu em Angola e aí ainda "permanece", sob a terra: curiosamente chamado Joaquim do Carmo Ferreira.
Durante muitos anos, talvez por "herança" , dediquei-me, domesticamente, a fotografar meio-mundo, por onde passava, sempre acompanhado por Familiares, e por ultimo com o ressurgimento das maquinas de filmar, colhi imagens, que porventura até algumas possam ser consideradas "historiaras", como por exemplo as "Torres Gémeas", na América, agora inexistentes.
Monumentos erigidos durante o tempo da "colonização", permanecem ainda "resguardados", em foto, nos meus velhos cacifos, já um tanto "bolorentos" !
No entanto, vou aqui repercutir uma parte de um texto, histórico, do "Agualusa", de merecido interesse para com todos os bons portrugueses...
Existe, porem , uma certa curiosidade:- Num local onde foi implantada uma colónia constiutida por ilheus da Madeira, e em que foi erigida um pequeno monumento em sua homenagem ( v. foto), quem preservava e cuidava do Cemitério que la ficara , era o Preto que cheguei a fotografa-lo, no momento em que ia regar uma planta,no cemitério.
E, atenção a redacção textual que vem publicada na pagina 68 do livro acima identificado:-
Um procedimento que honra o seu Pais - SILVA PORTO.
"Quando o velho colonialista Silva Porto se embrulhou na bandeirinha azul do reino e empoleirado num barril de pólvora, se fez explodir, a ele e â sua libata e a todo o armamento e munições, sabia com certeza que estava a lançar petróleo à alta fogueira dos ódios nacionalistas e, assim, indirectamente, a perpetrar um massacre. De facto, quando o idoso capitão-mor estoirou, vivia-se em toda a colónia a ressaca do Ultimatum britânico e a sua atitude, que noutra altura talvez tivesse sido apenas motivo de troça, empolgou os colonos, agitou os governantes e ditou a sorte do orgulhoso Ndunduma, cujos guerreiros foram incapazes de resistir ao assalto combinado de duzentos e sessenta caçadores indígenas, doze cavaleiros, oitenta mercenários bóeres, trezentos dâmaras e quarenta bastardos, todos sob o comando do brilhante capitão Artur de Paiva"...
E aqui fica a historia de um brilhante oficial portugues, que, por dignidade e honra imolou-se , num barril de pólvora, em Angola, embrulhado na bandeira do seu pais, por se sentir traído pelas falsas companhias regimentais...
Um bom português que soube respeitar o que é DIGNIDADE E HONRA !...
Tá?!...
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