quinta-feira, 9 de agosto de 2012

... "Chutes" à Terceira Idade....

Transcriçao.

"CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA PORTUGUESA

                      Artigo 72 º
            
                 TERCEIRA IDADE

1 - As pessoas idosas têm direito a segurança económica e a condições de habitação e convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem o  isolamento ou a marginalização social.

2 - A politica de terceira idade engloba medidas de carácter económico, social e cultural tendentes a proporcionar às  pessoas idosas oportunidades de realização pessoal, através de uma participação activa na vida da comunidade ".

                                                        ****************

 Onde para, então, a aplicação destes sãos princípios ?

Eis a historia, contada, sem o sentido de querer "beliscar", quem quer que seja, pelo que se omite qualquer referencia  a nomes ou características  de ordem  pessoal..

Passou-se isto,  numa recente tarde, de Agosto, numa esplanada aberta , em passadio publico, num  Café, em Olhão.

Sentado, numa cadeira, junto a  mesa, tendo o cuidado de manter o meu  único companheiro,  um caosito, afável, amarrado a coleiro,  esperando que as minhas forças permitissem  deslocar-me a casa, onde resido sozinho, após  a partida da minha Santa Mulher para junto de Deus, no Céu.

Era um hábito que, diariamente efectuava, e, até, como cliente habitual do referido Café, consumia o meu "Carioca", recomendado clinicamente.

Abordado pelo Empregado ( não sei se recomendado pelo Patrão, que  no interior assistia ao que  se passava cá fora) diz-me:

            - Como não tem nada sobre a mesa e há clientes de pé a aguardar um lugar, queira sair e ir-se embora, imediatamente, para dar lugar a outros... está bem ???...

            - Respondi- se o que o preocupa e justifica  expulsar-me daqui é não ter comprado nada,  então, para  poder ter o direito de continuar o meu descanso - traga-me , então, uma  garrafinha de água, se faz favor.

Trouxe-me o  Empregado a garrafa de água, paguei de imediato e... levantando-me de seguida, despedi-me dele dizendo ...agora ja  fica com um lugar disponível  ...para os seus clientes amigos,,,

                                                                   *********

 ...e é  a isto  a que está sujeito um "velhote", que na sua solidão, aguarda o fins dos seus perto de noventa anos,  vividos sob a égide da Educação e HONRADEZ...



                                                   

1 comentário:

  1. Começo por me identificar: chamo-me Alexandre, tenho 48 anos e sou o proprietário do “tal” estabelecimento onde se “chutam” as pessoas da 3ª idade. O estabelecimento, aberto há 6 anos e meio (faz em Setembro), tem uma esplanada com 13 mesas e uma lotação máxima de 58 lugares. Por se situar num sítio de passagem e com abundante sombra, principalmente da parte da tarde, neste tempo quente é, modéstia à parte, um sítio aprazível como qualquer pessoa que por aqui passe pode facilmente comprovar.

    O dito “chute”, ocorreu ontem, 8 de Agosto, ao fim da tarde e, por ser incorrecta a versão aqui apresentada, cabe-me repor aqui a verdade dos factos porque lá diz o ditado: “quem não se sente, não é filho de boa gente”.


    Passemos então aos factos:

    Facto: À hora que se passou o “chute”, a esplanada estava repleta. O funcionário, abordou-me dizendo que havia 2 grupos de pessoas à espera de mesa, estando uma das mesas ocupadas por um senhor que não estava a consumir nada. Vendo de quem se tratava, pedi ao funcionário para tratar do assunto com a correcção e o respeito que qualquer pessoa merece do seu semelhante. O que foi dito, não sei. Posso até tomar como verdadeiro o relato acima…

    Facto: Não é prática deste estabelecimento, “chutar” clientes que estejam sentados na esplanada a consumir, para se sentarem outros. Quem quiser esperar, espera. Quem tiver pressa, lamentamos mas nada podemos fazer.

    Facto: Dos 2 grupos que aguardavam vez, um deles era composto por 4 senhoras, sendo que uma delas se desloca numa cadeira de rodas, porque a sua idade e condição física não lhe permitem mais.

    Facto: Desde que este estabelecimento abriu, nunca foi prática dar “chutes” a clientes. Os casos em que os clientes foram “convidados” a sair, resumem-se a casos de evidente embriaguez, má conduta e pouco mais. E, sempre que as coisas se descontrolam e não se conseguem resolver a bem, há uma medida a tomar. Chama-se quem está encarregue de zelar pela ordem pública. Tirando isso, ninguém é “chutado” deste estabelecimento. Esteja a consumir muito, esteja a consumir pouco, são clientes e todos fazem falta.

    Facto: Esta situação já era habitual e sempre dei instruções para que nenhuma acção fosse tomada, porque entendo que não é por causa de uma mesa ocupada num caso destes que o negócio (porque de um negócio se trata) é prejudicado. Ontem, no entanto, tal não se verificava. Estavam a ser prejudicados quer os clientes, quer o negócio. E isso não é aceitável, seja com quem for.

    Facto: A cerca de 30 metros da mesa onde ocorreu o “chute” há 2 bancos de jardim que, tanto quanto sei, aquela hora estão à sombra e são amplos o suficiente para lá se sentarem várias pessoas. Estou neste preciso momento a olhar para eles e, à primeira vista estão em perfeito estado de conservação e de limpeza pelo que, quem o desejar, pode neles repousar.

    Quero aqui fazer notar que faço este comentário desta forma, sem invocar o direito de resposta que me é garantido pela Constituição, poe entender que tal não é necessário entre pessoas de bem. Citar artigos da Constituição da República Portuguesa, não transforma uma coisa que não é, em algo que se quer que seja… Por minha parte, dou por encerrado o assunto porque penso não ser necessário qualquer comentário adicional.

    Cumprimentos
    Alexandre Caldeira

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