Já por várias vezes exprimi o sentimento de solidão que me atinge. Assim, é sempre uma enorme alegria a visita de Familiares e Amigos, transportadores de notícias e alegria, por vezes também tristeza. Mas enfim, é sempre bom conversar, até como forma de partilha de ideias e opiniões.
De quando em vez recebo, até com o objectivo de me apoiar nas minhas desventuras bloguistas e facebookianas, o meu Amigo Luís Ribeiro. Sinto que para ele é também importante conversar e "deitar cá para fora" certas coisas que lhe ficam atravessadas na garganta, agora mais seca pelo calor do verão. É frequente dar-me conta das amarguras que vive, fruto da sua actividade como professor explicador.
Hoje veio especialmente amargurado. Confessou-se triste com a falta de interesse dos miúdos, adolescentes entre os doze e os dezasseis anos, em quererem saber mais, evoluir, crescer. Disse-me que o aflige especialmente a rapidez com que, o pouco que os alunos vão sabendo, rapidamente se desvanece. Este meu Amigo, um aficionado das tecnologias, culpa estas últimas pela assustadora incapacidade e falta de vontade em memorizar conceitos simples e verdadeiramente importantes para a vida futura. Contou-me hoje a história de uma menina de catorze anos, a qual vai este próximo ano lectivo frequentar o oitavo ano, e que se lamentava de não se lembrar o que raio era um cubo. Ao pedir que desenhasse o referido sólido geométrico, o Professor foi presenteado com a figura plana de um rectângulo. Diz este meu Amigo que esta geração decidiu que não é necessário memorizar nada, uma vez que toda a informação está disponível na Internet, à distância de um simples clic.
O problema, completa ainda a sua ideia, é que não sabem as criancinhas distinguir a boa da má informação. É a geração do "cópia e cola". E se um dia a Internet der o berro, voltamos todos à idade da pedra, pois nem contas nem formas conseguem discernir, recorrendo apenas a essa coisa antiquada à qual, alguém um dia chamou CÉREBRO...
Tá?!...
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