sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Mundo dos felizardos...

Lá vai a noiva,  toda contente, a caminho do Altar...
Chegou ao meu conhecimento uma notícia que,  porque fala de Angola,  mas não só,  despertou imediatamente a minha atenção e que,  com o  devido respeito,  transcrevo a seguir

Uma em cada seis crianças angolanas morre antes de completar cinco anos. Os dados da Unicef levaram Nicholas Kristof, colunista do The New York Times, até Angola para perceber este problema, numa reportagem de opinião que o PÚBLICO divulga em parceria com o jornal norte-americano. “Este é um país repleto de petróleo, diamantes e milionários que conduzem Porsches e crianças a morrer à fome”, inicia Kristof a sua reportagem sobre a mortalidade infantil em Angola. Para além dos números preocupantes relativos à mortalidade infantil, os dados indicam ainda que mais de um quarto das crianças está fisicamente afectado pela subnutrição e que os casos de morte materna durante o parto são de 1 em 35.

 De facto,  num País onde o petróleo jorra como se fontes de água fossem,  onde o clima permite duas ou três colheitas agrícolas num só ano,  onde os diamantes, o ouro e outras pedras preciosas  parecem estar quase ao alcance da mão, é um escândalo de proporções gigantescas as condições miseráveis  em que a maioria da população sobrevive. Outros países  há com miséria semelhante, mas,  para a qual não há remédio dado a pobreza de recursos. Aqui é a pobreza de humanismo e ética que vence.

Lamentam-se agora que o petróleo não vale nada e que,  por via disso,  o dinheiro deixou de abundar. Há gestores de Bancos a anunciar a suspensão de créditos como consequência de incumprimentos e da falta de liquidez:



 Pergunto se estes gestores abdicaram dos seus chorudos salários como prova da sua dedicação à instituição... quando as coisas correm bem  é  só abraços e palmadinhas nas costas, quando a crise aperta vêm logo lamentar-se. Lamentamos todos,  isso sim,  a falta de transparência de um processo de abandono colonial a que muitos se viram forçados para colocar no poleiro pessoas de competência duvidosa,  apenas para satisfazer acordos obscuros.

Depois vemos,  alheia a tudo isto,  a filha do senhor ministro,  a esbanjar num simples vestido de noiva centenas de milhares de  euros.

Se isto não é gozar com o Zé Pobrezinho,  não sei então o que será. Para além de revelar um espírito extremamente fútil,  demonstra uma enorme insensibilidade perante a miséria constrangedora que rodeia a bela donzela.
Foi para isto  que quiseram a independência ?

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