Já perto do fim da manhã, deste primeiro dia de 1de Julho de 2015, de regresso a casa, após ter dado a voltinha do costume, que o meu companheiro de quatro patas não dispensa, o Pelinha, e já cansado, sentei-me frente ao computador, e, ligando-o, a primeira imagem que surgiu no écran, provocou-me uma certa exaltação efervescente na minha alma, por que me fez recordar um acontecimento ocorrido durante uma pescaria que desportivamente estava gozando, a bordo de um barquito, ao longo do percurso da corrente das tenebrosas águas do rio Cuanza, acompanhado pela minha saudosa e muito querida Mulher, Alvarina Teresa.
O aspecto da imagem em referência, que foca o local onde se desenrolou o "drama", que não chegou a ter consequências funestas, e demonstrado na fotografia abaixo:
A Foz do Rio Cuanza, em Angola |
A Foz do Cuanza, a ponte sobre o Rio ao fundo |
O barco das pescarias...o "Ana Lito ". |
Eis que, de repente, uma das canas vergou-se em sinal de ter "fisgado" um colossal peixe, e, de seguida, para melhor manobrar a sua aproximação a bordo do barco, desliguei o motor de 15/30 cavalos.
Depois de muita luta, lá consegui aproximar o pargo ate a borda do barco, a fim de o recolher para o interior, Mas, o entusiasmo foi de tal ordem, que não reparei que o "navio" se aproximava da foz, devido à forte corrente, cujo caudal estava a arrastar-nos perigosamente para o encontro com o encapelado mar oceânico.
Tentei pôr, de imediato o motor em funcionamento, o qual negou-se a pegar, e lá começamos a ser empurrados à deriva, pelo que gritei para a minha Mulher... "pega nos remos e guarda a máquina de filmar !"...
De nada serviram os remos, pois a força da corrente era muita, pelo que comecei a recear da aproximação da grandiosidade perigosa da orla marítima, pois a partir daqueles instantes, as nossas vidas começaram a estar num verdadeiro perigo de morte, digo, de vida. !
Seriam talvez treze horas, mas não me recordo da data precisa, quando, e já com o barco à deriva, chamei a atenção da minha querida companheiro e Esposa, tendo-lhe feito a seguinte observação:
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" Já reparaste nas gaivotas brancas, que lá longe, na margem do rio, estão poisadas, e que estão brincando umas com as outras ?... A resposta, foi ... "Não vejo gaivota nenhuma, em terra .."
Sem eu ter dado por isso, naquele momento, o que tinha sucedido, é que a sua aflição levou-a a ter perdido o sentido da vista, portanto momento de cegueira, que a impediam de ter visto o que ao longe se estava passando. Só quando fomos recolhidos, em terra, pelos pescadores que, ao longe, nos iam vigiando,. é que recuperou a visão. Foram momentos de terror !....
Prevendo o que nos poderia acontecer, dados os falhanços do nosso material marítimo, e de defesa, em altos berros gritei para a minha Mulher... "Querida reza e faz uma prece a Nossa Senhora para que nos salve deste precipício, para que não morremos agora !".....
Quer se acredite ou não, foi a partir desse momento que comecei a sentir que a proa do barco se desviara no sentido que nos levou até a margem esquerda do rio, até ao ponto em que, já perto do cair da tarde, um grupo de pescadores de pele escura, conseguiu aproximar-se do nosso barquinho, pois já nos vinham acompanhando de terra. Pela sua experiência sabiam que um barco à deriva num caudal de corrente de água, na foz do Rio Cuanza, significa a maioria das vezes a morte dos seus passageiros.
Já em terra, verifiquei que a minha Mulher tinha entretanto partido um braço, e que, estranhei não ter visto as aves que estavam em terra, na margem, porque cegara momentaneamente.
Quanto ao peixinho.... lá se foi... com canas e tudo. Por sorte, a máquina de filmar ainda foi salva.
No dia seguinte, acompanhado pela saudosa Mulher, Alvarina Teresa, deslocámo-nos à Igreja de Nossa Senhora de Fátima e... agradecemos o....
SEU MILAGROSO ACTO DE SALVAÇÃO, DE DOIS INOCENTES PESCADORES DESPORTIVOS...
Nossa Senhora de Fátima, a Salvadora... |
Tá?!....
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